A drástica queda da popularidade da ex-presidente Dilma Rousseff entre 2013 e 2015 instigou um grupo de cientistas políticos de Brasília a fazer um estudo sobre padrões de aprovação dos presidentes latino-americanos desde a recuperação da democracia na década de 1980.
O cientista político Wladimir Gramacho disse a Os Divergentes que está sendo feita uma pesquisa para identificar os padrões que explicam queda ou aumentos abruptos nas séries temporais de popularidade de Dilma e dos demais presidentes latino-americanos.
Segundo Gramacho, as pesquisas anteriores já mostraram com muita evidência a importância das variáveis econômicas na explicação da aprovação dos governantes. “A frase do marqueteiro James Carville, segundo a qual era ‘a economia, estúpido’, sobre o que a campanha presidencial de Bill Clinton deveria falar, virou até um bordão”, diz o pesquisador.
Co-líder do grupo de pesquisa “Comportamento Político e Opinião Pública” e professor da Universidade de Brasília (UnB), Gramacho explicou que o estudo leva em conta dez países e envolve outras variáveis, além das econômicas, para entender essas rupturas de séries de aprovação dos presidentes junto à opinião pública. O trabalho está sendo feito por seis pesquisadores e deverá ser publicado em meados de 2017.