A remessa de dividendo de empresas estrangeiras no Brasil teve uma queda de US$ 2,4 bilhões nos últimos nove meses de 2016 em comparação ao mesmo período do ano passado, indicando a retração da atividade da economia. O pagamento de dividendos aos acionistas, que é apurado sobre o resultado do lucro das empresas, foi de US$ 9,2 bilhões entre janeiro e agosto de 2015 e de US$ 6,8 bilhões em 2016.
Estudo divulgado hoje pelo Banco Central (BC) indica que apenas as empresas estrangeiras dos Estados Unidos e da Alemanha instaladas no Brasil conseguiram enviar lucros maiores às suas matrizes do que no mesmo período de 2015. As empresas americanas ampliaram seus lucros de US$ 1,189 bilhões para US$ 1,207 bilhões. As da Alemanha foram de US$ 123 milhões para US$ 128 milhões.
Já o lucro das empresas da França, Espanha e do Reino Unido caiu pela metade.
A análise feita pelo BC por segmento de atividade, independente do país de origem, constatou que apenas os setores de eletricidade, gás e sistema financeiro tiveram lucros maiores este ano. No caso dos bancos estrangeiros, os dividendos enviados ao exterior passaram de US$ 761 milhões de janeiro a agosto de 2015 para US$ 1,123 bilhões no mesmo período de 2016.
O desempenho das indústrias de automóvel, telecomunicações, agricultura, maquinas e equipamentos, exploração mineral, bebidas e outras está sendo bem pior do que o do ano passado. A indústria de veículos teve seus lucros reduzidos de US$ 138 milhões em 2015 para US$ 38 milhões nestes nove meses de 2016.
Diante destes resultados, os novos investidores estrangeiros serão mais criteriosos com os novos investimentos. O governo do presidente Michel Temer depende deste capital estrangeiro para alavancar a economia, especialmente no setor de infraestrutura. Se a economia voltar a crescer, todos ganham. Inclusive as empresas estrangeiras instaladas no Brasil.