Governo arrecada menos, mas eleva em R$ 2,6 bi gastos do orçamento de 2016

Apesar da queda de arrecadação de impostos aplicados sobre o setor produtivo, consequência do fraco crescimento da economia, o governo aumentou a estimativa de receitas no Orçamento da União de 2016 em R$ 2,684 bilhões para cobrir gastos obrigatórios e despesas discricionárias.

A Receita Federal incluiu mais R$ 6,2 bilhões na programação orçamentária financeira do quarto bimestre, que foi enviada hoje ao Congresso. É uma receita obtida no regime especial de recuperação cambial, o imposto do dinheiro dos brasileiros que estão no exterior.

Estes recursos, se efetivamente entrarem no país, vão cobrir a maior parte dos buracos que ficaram no orçamento devido a frustrações de arrecadação. O governo prevê uma frustração de R$ 1,8 bilhões de recursos que espera obter dos dividendos de empresas estatais, como Petrobras, Eletrobras, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal etc. Mas não é só isso. Também há uma perda de R$ 327 milhões em relação ao que estava previsto com arrecadação do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) e em torno de R$ 1,1 bi com Cofins.

Pelo lado das despesas, houve um aumento de gastos para atender emergências da Defesa Civil no combate à seca no semi-árido e de despesas obrigatórias, que foram de R$ 541 milhões acima do previsto.

O governo fez uma reserva de R$ 1,1 bilhão do que sobrou destes recursos para cobrir o risco de frustrações de receitas futuras, apesar da crença na recuperação da economia.

As estimativas da equipe econômica são de que o Produto Interno Bruto (PIB) deve fechar o ano com queda de 3%, um pouco melhor do que a estimativa anterior de 3,1%. A massa salarial deve crescer de 3,3% para 3,7% do PIB. Quando maior a massa salarial, melhor a capacidade de compra da população, uma das condições para a retomada do crescimento da economia.

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