É voz corrente no Congresso que André Mendonça, escolhido por Jair Bolsonaro para ministro do Supremo Tribunal Federal — com a vaga aberta após a aposentadoria de Marco Aurélio Mello — encontra dificuldade para ter seu nome aprovado na Comissão de Constituição e Justiça e também no Plenário do Senado.
Desde que foi indicado por Bolsonaro com o apelo de ser “terrivelmente evangélico”, André Mendonça, ex ministro da Justiça e ex Advogado-Geral da União do atual governo, esteve várias vezes no Senado a visitar senadores em busca de apoio e votos de aprovação após sua sabatina na CCJ.
Se as chances de não aprovação não eram inteiramente certas, agora aumentaram ainda mais, após a declaração de Jair Bolsonaro de que pretende enviar ao Senado pedido de impeachment dos ministros da Suprema Corte Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso.
O senador Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, tem dito que vai considerar o pedido de Bolsonaro para abrir processo contra Barroso e Moraes, mas que isto “não é algo recomendável para um Brasil que espera uma retomada do crescimento, uma pacificação geral, uma pauta de desenvolvimento econômico, de combate à miséria e à pobreza, de combate ao desemprego”.
Por cautela e precaução, o presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, Davi Alcolumbre, tem sinalizado a interlocutores sua intenção de não colocar logo em pauta a sabatina de Mendonça. Assim como a recondução de Auguuto Aras à Procuradoria-Geral da República. Pretende aguardar clima menos tenso entre as instituições.