Com a internação de Jair Bolsonaro nessa quarta-feira, 14 de julho de 2021, no Hospital das Forças Armadas, em Brasília, e a transferência para o Vila Nova Star, em São Paulo, recorde-se que há um ano, em junho, ele estava recolhido ao Palácio Alvorada porque seus exames para a Covid acusaram positivo dias antes.
Por recomendação dos médicos, a agenda de audiências com o primeiro escalão de seu governo — até então presenciais no Palácio Planalto — passaram a acontecer de maneira remota, por teleconferência, pela Internet. As cerimônias e as viagens também foram canceladas.
Mas diariamente, saía à porta do Alvorada, sua residência oficial, para tomar sol e oferecer a imagem de seu estado de saúde. Foi o que aconteceu há um ano. Bolsonaro caminhou pelo gramado e foi ver de perto a cerimônia de descerramento da bandeira nacional, que sempre acontece às oito da manhã. Antes, parou para alimentar as emas que decoram o ambiente. Dias depois, Bolsonaro recuperou-se, segundo ele mesmo, com doses de Cloroquina, medicamento que gera polêmica sobre sua real eficácia científica.
Daquela época para cá muita coisa mudou. O Brasil registrava 55 mil mortos. Hoje, o número de óbitos ultrapassa a meio milhão. Houve uma sucessão de troca de ministros da Saúde. Os médicos Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich e o general Eduardo Pazuello deixaram a pasta, hoje ocupada pelo cardiologista Eduardo Queiroga. No Senado, instalou-se a Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar a responsabilidade das autoridas federais na condução pandemia. A CPI, no início, focava a questão científica, agora mira na suspeita de propina na compra de vacinas.
E agora o problema de saúde de Jair Bolsonaro é outro: obstrução intestinal, provavelmente consequência da facada que levou durante a campanha eleitoral de 2018. Os médicos avaliam a gravidade da situação para a necessidade de nova cirurgia.