Na conversa com apoiadores que foram vê-lo à saída do Alvorada, Jair Bolsonaro repetiu na manhã dessa quinta-feira o que tem dito em discursos e nas redes sociais: quer porque quer a volta do voto impresso nas próximas eleições. Dessa vez, porém, elevou o tom, com uma frase sem sentido claro:
— Eleições no ano que vem serão limpas. Ou fazemos eleições limpas no Brasil ou não temos eleições.
Jair Bolsonaro foi eleito em 2018 pelo moderno sistema do voto digital brasileiro. Ainda assim, prega que em 2022 tanto a votação quanto a apuração voltem ao sistema impresso em papel.
Em sua habitual live noturna das quinta-feiras, ao lado do seu ministro da Ciência e Tecnologia, o aeronauta Marcos Pontes, Bolsonaro não voltou ao assunto. Mas fez alusão aos senadores Omar Aziz, Randolfe Rodrigues e Renan Calheiros — presidente, vice e relator da CPI da Covid — que horas antes protocolaram no Palácio Planalto um carta indagando dele sobre as acusações que o deputado Luiz Miranda fez sobre seu conhecimento das esquesitices na compra de vacinas. A resposta do senhor que preside o País foi:
— Não tenho tempo para patifes. Caguei!
Nessa sexta-feira Jair Bolsonaro estará no Rio Grande do Sul para mais um passeio de motocicleta, seguido por apoiadores. Terá também encontro com empresários, segundo ele mesmo informou durante a live, com voz ofegante, soluços e visível cansaço.
A última pesquisa DataFolha aponta que a rejeição ao seu governo chega a 51 por cento.