O agente de vendas de vacinas Luiz Paulo Dominguetti Pereira, ex-cabo da PM de Minas Gerais, foi convocado para depor na CPI da Pandemia porque foi citado como um dos presentes a um jantar em um restaurante de Brasília no qual o tema era a compra de 400 milhões de doses de imunizantes da AstraZeneca. E no qual surgiu o tema superfaturamento.
Também estava à mesa Roberto Ferreira Dias, que foi exonerado recentemente da diretoria do Departamento de Logística do Ministério da Saúde após acusação de participar do processo suspeito de aquisição do medicamento.
As declarações de Dominguetti foram consideradas polêmicas, suspeitas, estranhas e complicadas pelos senadores da oposição. A começar pelo que disse sobre o depoimento dos irmãos Luis Ricardo Miranda, servidor do Ministério da Saúde, e Luiz Miranda, deputado federal. A presentou uma gravação arquivada em seu celular, como se esta fosse uma prova de envolvimento de Luis Miranda. Porém, ficou comprovado que o assunto era outro que não a compra de vacinas. Dominguetti acabou sendo ameaçado de prisão em pleno depoimento, negada pelo presidente da CPI, Omar Aziz.
O relator da Comissão, senador Renan Calheiros, denominou como tentativa de desclassificar a acusação feita pelo deputado Luis Miranda, que revelou na CPI ter avisado a Jair Bolsonaro sobre propina na compra de vacinas, com a participação do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros. E que Dominguetti foi orientado pelos governistas para blindar autoridades federais envolvidas em processo fraudulento.