O clima esquentou na CPI da Pandemia, nessa quarta-feira, quando o depoimento do ex-governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel já estava próximo do fim, depois de 3 horas de perguntas e respostas. Ele, mesmo tendo habeas-corpus do Supremo que lhe permitia não comparecer à Comissão, preferiu estar presente.
Wilson Witzel chamou o ex-aliado Jair Bolsonaro de negacionista. Disse que o presidente não teve diálogo adequado com os governadores em pleno período da pandemia, inclusive, deixando-os à mercê das próprias iniciativas em negociações na aquisição de vacinas.
O senador Flávio Bolsonaro, que não é integrante da CPI, chegou, entrou e assentou-se a uma das cadeiras da comissão. Foi quando o relator, Renan indagou a Witzel se ele estava percebendo algum “clima intimidatório” em relação a algum dos parlamentares presentes. Então iniciou-se uma altercação entre o filho do senhor que preside a República e o relator Caheiros:
— Quanto carinho e diferença, senhor relator, disse Flávio Bolsonaro a Renan.
— Não estou lhe dando a palavra. Não me interrompa! Seu pai parece que não lhe deu educação. Respondeu Renan a Flávio.
— Diferente da sua, graças a Deus. Retrucou o filho de Jair Bolsonaro
O presidente da CPI, Omar Aziz, tentou com diplomacia, contemporizar os diálogos. O relator então indagou ao depoente se ele desejava fazer uma sessão em que ele pudesse fazer declarações em caráter reservado. Porém, logo em seguida Flávio teve, novo atrito, dessa vez com com Witzel, dizendo que por ser senador da República estaria presente em qualquer situação.
O ex-governador disse que conhecia Fávio desde garoto, assim como sua mãe Rogéria, sua família. Witzel completou dizendo que a questão dele ali não era pessoal e sim institucional, em defesa da democracia. Ao ouvir um gracejo irônico do jovem senador, respondeu:
— Se o senhor fosse um pouquinho mais educado e menos mimado, me ouviria. Me respeite. Palavras de Witzel.
Quando os senadores Jorginho Mello e Eduardo Girão dirigiram o foco das perguntas para o impeachment de Wilson Witzel, o ex-governador valeu-se da proteção que o STf lhe dera e pediu qye sessão fosse encerrada.
Logo em seguida a sessão terminou e a possibilidade de uma futura volta do ex-governador ao Senado para um novo depoimento em regime sigiloso está sendo analisado pelos senadores da CPI.
