Raro é o discurso de Jair Bolsonaro que não traga polêmicas e resulte discussões. Foi o que aconteceu em sua fala dessa quinta-feira no Palácio Planalto, ao encerrar uma cerimônia do Ministério do Turismo. Dessa vez, foi além da surpresa. Primeiramente porque abordou o tema que nada tinha a ver com a razão da solenidade. Em segundo lugar, por referir-se a um ministro de seu governo chamando-o de “um tal de”. Isso mesmo.
Bolsonaro disse que orientou “o tal” de ministro Marcelo Queiroga, da Saúde, para providenciar regra que libere do uso obrigatório de máscaras para as pessoas já vacinadas e também as que contraíram e sobreviveram à Covid.
No dia em que se confirma o número 482 mil mortos e 17 milhões de infecções pelo Coronavírus, as palavras de Jair Bolsonaro provocaram interpretações e reações. Ao referir-se ao Dr. Marcelo Queiroga como “o tal de”, vieram imediatamente conjecturas. Por exemplo, que não está inteiramente satisfeito com o desemprenho do seu atual ministro da Saúde.
As reações à sua determinação quanto ao não uso de máscaras, partiram de grande número de médicos, infectologistas, especialistas no tema Covid. Estudiosos do assunto, asseguram que elas são essenciais como maneira de barrar o fluxo do vírus. Tal como as medidas de isolamento e a imunização. Ainda mais quando há a expectativa de uma variante que ameaça chegar ao Brasil. Aliás, na terça-feira, durante uma viagem à cidade goiana de Anápolis, Bolsonaro voltou a pregar o uso de medicamento sem comprovação científica de eficácia. Disse que as vacinas, ao contrário da cloroquina, é que são experimentais.
Indagado sobre a recomendação de Jair Bolsonaro, o ministro Marcelo Queiroga disse ser uma questão em análise, sem data para entrar em vigor.