Praticamente todos os anos essa situação se repete na Amazônia. Com a intensidade das chuvas, as águas saem do leito normal dos rios e invadem os pastos, currais e sedes das fazendas. Para que o gado não morra afogado, a solução é transferir o rebanho para as partes mais altas do terreno.
Na capital Manaus e nas cidades vizinhas — banhadas pelos rios Solimões, Negro, Amazonas e igarapés — é grande o sofrimento de 16 mil famílias, ainda mais em tempos de pandemia.
Se para os produtores rurais as enchentes resultam em destruição e prejuízos — esse ano calculados em mais de cem milhões de reais –, os residentes nos bairros riberinhos de baixa renda os efeitos são igualmente danosos. A água sobe muito acima do nível a ponto de invadir também as moradias e as ruas. De tal maneira que as vias em que transitam automóveis se transformam em caminhos onde somente se pode locomover em barcos ou a pé, em palafitas, as passarela de tábuas.
Muitas vezes fui Manaus e cercanias fazer reportagens sobre as inundações. Dessa vez aí da foto, achei bem diferente essa cena: ao invés de montar em cavalos para conferir a situação do rebanho de seu gado, o vaqueiro só tem uma maneira de fazê-lo: a bordo de uma canoa movida a motor.
Orlando Brito