Impressionante como as necessárias medidas impostas pelas autoridades à população para tentar reduzir os riscos de contrair o vírus Corona mudaram uma enormidade de hábitos da humanidade, a rotina da vida das pessoas, as tradições históricas e culturais, as atividades comerciais. E religiosas. Alguns ofícios e liturgias foram postos de lado pelo tempo e pelas circunstâncias atuais.
As demais religiões não sei, mas os católicos têm o Domingo de Ramos como data top de seu calendário de comemorações. Marca o dia em que Jesus Cristo fez entrada triunfal em Jerusalém e é recebido por seus seguidores com ramalhetes de palmeira, símbolo de fé, harmonia, esperança e fraternidade. Foi momento que os quatro evangelistas — Marcos, João, Lucas e Mateus — relatam na Bíblia.
Segundo reza, a Festa de Ramos é, na verdade, o início da Semana Santa, que culmina com a crucificação de Cristo, na Sexta-Feira da Paixão. E na Páscoa, no domingo seguinte.
O terceiro milênio chegou e, da longínqua entrada de Jesus em Jerusalém até os nossos dias, a humanidade sofreu com incalculáveis de mazelas. Injustiças, infâmias, malandragens, guerras e catástrofes, roubalheiras, ditaduras, escândalos, pecados e doenças. Como agora, quando vivemos mais uma pandemia mortal, a Covid-19. Só o Brasil soma essa semana a marca de 310 mil mortos.
As medidas de precaução contra a Covid estão em todo mundo e também em Brasília. Uma delas, é o agora tão falado e popularizado lockdown. Lojas fechadas, bares e restaurantes também. Pessoas impedidas de circular pelas ruas etc. Mas as igrejas puderam abrir nesse domingo. Muitos fiéis aproveitaram para celebrar o Domingo de Ramos, respeitados os cuidados recomendados pelos sanitaristas.
No Santuário Dom Bosco houve comemoração sem aglomeração. Essa foto aí de cima, fiz lá, durante a missa realizada na manhã desse domingo. A senhorinha ora pelos mortos da Covid e, usando sua máscara de proteção, repete o gesto à espera da benção no ramalhete verde, tal e qual os fiéis de Jesus Cristo ao entrar em Jerusalém há 1988 anos.