Fortalecido pela aprovação da admissibilidade do processo de impeachment na Câmara, o presidente da Casa, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), já praticamente assegurou que não terá seu mandato cassado por mentir sobre suas contas na Suíça.
A estratégia é do conhecimento da cúpula de seu partido, o PMDB, e das lideranças dos partidos sob sua área de influência na Câmara — como Solidariedade, PSC, PR, PSD, PP — e até do PSDB e do PPS.
No caso dessas duas legendas, elas ficam liberadas para votar contra Cunha no Conselho de Ética, mas não atrapalharão a aprovação em plenário do relatório que for aprovado.
Como Cunha já detém maioria no Conselho, a ideia é aprovar um relatório propondo uma punição menor que a cassação. Seus aliados gostariam de aplicar apenas uma advertência. Mas aceitam ir até a suspensão do mandato.
No plenário, só restaria aprovar ou rejeitar o relatório. Mas se este for rejeitado, acaba não havendo punição alguma. Então, a única opção que resta será aprovar a pena mais branda.
PSDB e PPS poderão dizer que assim o fazem para não deixar Cunha sem punição. E que ainda resta o processo contra ele no Supremo Tribunal Federal.
Os Divergentes ouviu nesta segunda-feira um dos principais defensores de Eduardo Cunha no Conselho de Ética, o deputado Carlos Marun (PMDB-MS). Na entrevista em vídeo, fica claro o caminho que deverá ser seguido.