Rara é uma entrevista do ministro da Saúde, o general Eduardo Pazuello, em que não haja afirmações mutantes, dados imprecisos e, sobretudo, contradições. No encontro que teve com governadores na manhã dessa segunda-feira, por exemplo, no Rio, explanou sobre o horário de início da vacinação contra a Covid nos estados. Depois, verificou-se que não aconteceu como ele preconizara.
À tarde, em Brasília, deu nova coletiva, desta vez no Palácio do Planalto. Foi quando negou que jamais havia recomendado o tal tratamento precoce, tão defendido por Jair Bolsonaro. Afirmação inteiramente diferente de quando, em uma live ao lado do senhor que preside o país, declarou concordância com sua excelência sobre a forma de as pessoas combaterem a Covid.
Na mesma entrevista, ao lado do governador Wilson Lima, do Amazonas, o general Eduardo Pazuello refez seu conceito sobre tratamento e atendimento precoce. Explicou, explicou, porém, ficou no ar dúvida sobre o que realmente acha sobre o tema.
Outra inesperada contradição chamou atenção, esta de caráter apenas curioso. Foi quando pediu a uma jornalista que repetisse a pergunta que ela fizera. Argumentou que não a entendeu com clareza porque ele usava máscara. Então retirou a peça de proteção do nariz e da boca para ouvir melhor a repórter.
Fiz e foto e fiquei pensando na maneira diferente do ministro escutar. Deve haver alguma recomendação da medicina para isto.