— Chefe, o Brasil está quebrado, eu não posso fazer nada. Eu queria mexer na tabela do Imposto de Renda, teve esse vírus, potencializado por essa mídia que nós temos. Essa mídia sem caráter. É um trabalho incessante de tentar desgastar para tirar a gente daqui e atender interesses escusos da mídia. (Jair Bolsonaro)
As palavras do senhor que preside a República aos fãs que foram ao Palácio Alvorada saudá-lo nessa terça-feira pela manhã deram o que falar, geraram polêmica. Houve reações de todos os lados.
Economistas e empresários consideram que Bolsonaro banalizou o conceito da palavra “quebrar” e que isto pode trazer consequências negativas aos negócios e investimentos no país. Dizem que falta política eficiente e objetiva para bons resultados da economia brasileira.
Também o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, criticou o que disse Jair Bolsonaro: –– É um absurdo um presidente dizer que não pode fazer nada.
Já o ministro Paulo Guedes, da Economia, cuidou de traduzí-lo: — Obviamente ele se referiu ao setor público.
Parlamentares o criticaram por mais uma vez tentar transferir para o Congresso seu desacerto na economia, à imprensa os efeitos da pandemia e a outrem os fracassos de seu governo.
Nessa terça-feira o Brasil ultrapassou a marca de 186 mil mortos pela Covid.
À tarde, Jair Bolsonaro participou de reunião no ministério da Saúde. Soube-se que o governo autorizou a compra de vacinas produzidas na Índia. Na saída, evitou falar com algumas pessoas que estavam do lado de fora e com jornalistas. Chegou mudo e saiu calado.