Com os perigos da pandemia da Covid-19, o Congresso passou a funcionar seguindo as regras sanitárias de isolamento social. As sessões de discussão e votação, as reuniões das comissões de ambas as Casas são agora remotas, por meio dos computadores na Internet. Ou seja, os parlamentares o fazem à distância, sem a necessidade de sua presença física.
Dessa forma, os plenários, corredores, salões e gabinetes estão praticamente vazios, sem a movimentação de senadores e deputados, funcionários, assessores, visitantes, lobistas e jornalistas. O Túnel do Tempo do Senado, por exemplo, está praticamente deserto. E também o famoso Salão Verde da Câmara. Interessante verificar que as chamadas conversas-ao-pé-do-ouvido entre os parlamentares agora estão substituídas pelos chats privados do celular ou computadores.
Logo agora que o tema da sucessão da presidência das duas casas é assunto tão palpitante quanto a guerra que o governo Bolsonaro trava para não admitir qualquer vacina contra Covid. Assim, começam as conjecturas e negociações para a sucessão de Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre no comando das duas Casas do Congresso.
Mas este é um tema repleto de perguntas sem respostas, pleno mesmo de indefinições. Cheio de expectativas, possibilidades. E interesses.
A única candidatura certa até agora para o lugar de Rodrigo Maia na Câmara é a do deputado alagoano Arthur Lira, o preferidíssimo de Jair Bolsonaro. Muito se diz sobre essa preferência: a garantia de serem levadas ao plenário principalmente matérias relevantes para o sucesso do governo. E um eventual processo de impeachment.
Lira é um dos líderes do Centrão — bloco de partidos que apoiam os ocupantes do Planalto sejam quem forem — e carrega nas costas uma carga peada de processos por participação em atos de corrupção. Ainda assim é considerado favorito.
Está a cargo de Rodrigo Maia a articulação de um nome que possa concorrer com Arthur Lira. Há conjecturas sobre os nomes de Baleia Rossi, presidente do MDB, e de Aguinaldo Ribeiro, do PP da Paraíba.
Por ser assunto de extrema importância para o futuro do país, cogita-se a suspensão do tradicional recesso parlamentar agora nas festas de fim de ano. É tentativa de chegar à sucessão das duas casas, em fevereiro com candidaturas somente bolsonaristas.