Terminada a votação na admissibilidade do processo de impeachment pelo plenário da Câmara, o deputado Caio Narcio (PSDB-MG) afirmava: ” A verdade é que sem o Cunha nada disso ocorria.”
De fato, Todos admitem que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), saiu fortalecido como um dos principais artífices do andamento do processo contra a presidente Dilma Rousseff.
Embora alguns deputados, como o peemedebista pernambucvano Jarbas Vasconcelos (veja vídeo) apostem que, com o processo agora no Senado, Cunha não dure um mês no comando da Casa, há na Câmara uma forte sensação de que o PMDB fará tudo para protegê-lo.
Pré-candidato à sucessão de Cunha, o deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR) chegou a defender a tese de anistia para as acusações de que o presidente da Câmara mentiu sobre suas contas na Suíça. Também outros pré-candidatos, como Rogério Rosso (PSD-DF) e Jovair Arantes (PTB-GO) — presidente e relator da Comissão que analisou o impeachment na Câmara — disputam palmo a palmo o apoio de Cunha.
O PT e os partidos de esquerda chegam a acusar o PMDB de costurar um acordo de blindagem de Cunha em pagamento pela tramitação do impeachment. No vídeo abaixo, o deputado Chico Alencar (PSol-RJ) deixa clara essa posição.
José Carlos Araujo (PR-BA) é presidente do Conselho de Ética, onde Cunha está sendo julgado mas já conquistou maioria de votos. Ele admite que o presidente saiu mesmo fortalecido da votação. E afirma que, no plenário, agora Eduardo Cunha contará até com o poderoso apoio do vice-presidente Michel Temer (PMDB), “em quem ele diz que manda”.
Líder do PPS, Rubens Bueno (PR), deposita suas esperanças no Supremo Tribunal Federal (STF), onde tramita uma ação pedindo a destituição do presidente da Câmara. Mas ele admite que o julgamento possa durar até o final do ano. Praticamente no fim do mandato de Eduardo Cunha como presidente da Casa.
Já no PSDB, ao que tudo indica, o partido vai concentrar esforços na tramitação do impeachment de Dilma no Senado. Quanto a Cunha, os tucanos continuam afirmado que defendem sua saída. Mas nota-se pelo declaração do deputado Jutahy Junior (PSDB-BA) aos Divergentes, que esse não é o assunto de seu maior interesse no momento.