A imensa repercussão do constrangedor episódio do senador por Roraima, Chico Rodrigues – flagrado pela Polícia Federal com 33 mil reais escondidos na parte traseira da cueca – teve ainda, na quinta-feira, um lance novo: o ministro Luiz Roberto Barroso, do Supremo, determinou seu afastamento do mandado por 90 dias. Tal decisão, todavia, depende ainda de aprovação pelo plenário do Senado.
Chico Rodrigues era alvo de uma ação policial em Boa Vista, e agentes da Federal foram à sua casa, já que é um dos suspeitos de participar de esquema de desvio de verbas destinadas aos cuidados de pacientes com a Covid-19 em seu estado. Durante a operação, um delegado percebeu que havia algo de errado no volume traseiro de suas calças. O nervosismo do parlamentar e um exame mais detalhado em suas vestes acabaram por constatar que havia dinheiro abrigado nas nádegas.
Por ter mandato parlamentar, Chico Rodrigues não recebeu voz de prisão. O Democratas, seu partido, estuda sua expulsão da agremiação.
O episódio ganhou as páginas da mídia, viralizou nas redes sociais e também na imprensa internacional. Chico Rodrigues é considerado amigo fraterno e de confiança de Bolsonaro. Foram deputados federais durante anos e até mereceu do atual presidente da República elogios em um vídeo divulgado nas redes sociais da Internet em 2018. Leo Índio, primo de Carlos, filho de Jair Bolsonaro, até ganhou lotação no gabinete de Chico Rodrigues, no Senado, com salário de 22 mil reais.
Esconder dinheiro de origem suspeita na cueca, nas meias e malas, aliás, não é coisa nova na política do Brasil.