Prisão de Renan pode influir até na reunião do Copom

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Simples assim: hoje começa a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que define se haverá ou não alteração na taxa básica de juros da economia, a chamada taxa Selic. Uma reunião importantíssima. Mas Ilan Goldfajn, escolhido pelo presidente em exercício, Michel Temer, para presidir o Banco Central, não poderá participar.

Por quê? Porque na semana passada o governo não conseguiu antecipar a sabatina de Goldfajn no Senado — em meio à crise provocada pelas gravações das conversas do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o senador e ex-ministro Romero Jucá (PMDB-RR) e o ex-presidente da República José Sarney.

Resultado: Goldjan está sendo sabatinado hoje na Comissão de Assuntos Econômicos. E, dependendo de Renan Calheiros, poderá ter a aprovação de seu nome submetida ainda hoje mesmo ao plenário do Senado para — talvez! — conseguir participar amanhã da fase final da reunião do Copom.

Na agenda de Renan já está marcada para as 15h30 o tradicional encontro em que o candidato a presidente do BC rende salamaleques ao presidente do Senado antes de ter seu nome submetido ao plenário.

Bem… Tudo isso se, antes, o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal, não despachar a ordem de prisão de Renan e o o dia de hoje no Senado se tornar mais caótico ainda do que já é esperado.

Pois é, a coisa no Congresso já está pra lá de complicada com a simples notícia de que Renan e Jucá podem ir para a cadeia. E que o velho José Sarney pode ser obrigado a circular com uma tornozeleira eletrônica por aí.

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