Expectativa no PMDB é de que Temer retire candidaturas na reta final

Presidente Michel Temer e o ministro Geddel Vieira Lima, um dos principais conselheiros sobre o PMDB

A bancada do PMDB na Câmara discute hoje qual posição tomar na eleição para presidente da Casa, que deve ocorrer amanhã.

Tanto o presidente da República em exercício, Michel Temer — que é presidente nacional do PMDB –, como o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) já manifestaram o desejo de que não houvesse candidatos do partido.

Mas a bancada não deve fechar questão nem contra, nem a favor de candidaturas hoje. É que há cinco nomes do partido dispostos a concorrer. Dois já registraram suas candidaturas: Marcelo Castro (PI) e Fábio Ramalho (MG). Outros três comunicaram que devem concorrer: Carlos Marum (MS), Sérgio Souza (PR) e Osmar Serraglio (PR).

Marcelo Castro, ex-ministro de Dilma
Marcelo Castro, ex-ministro de Dilma

Para Michel Temer, as múltiplas candidaturas peemedebistas servem, pelo menos, para ele dizer que não está se intrometendo na disputa na Câmara e nem sequer controlando sua bancada.

Mas é um risco que o Palácio do Planalto não gostaria de correr: e se um desses nomes for para o segundo turno? Como deixar de apoiar o candidato de seu próprio partido sem causar uma enorme insatisfação na bancada? Temer estará numa situação semelhante à que levou a ex-

Fábio Ramalho, à direita, de Minas Gerais
Fábio Ramalho, à direita, de Minas Gerais

presidente Dilma Rousseff a apoiar o petista Arlindo Chinaglia (SP) na disputa contra Cunha e que causou a ira do peemedebista.

Daí porque a grande aposta na Câmara é de que o presidente ainda vai conversar com um por um dos peemedebistas e tentar convencê-los a desistir.

Destes, Marcelo Castro talvez seja o mais difícil de convencer, porque pode obter o apoio do PT e

Deputados Osmar Serraglio (esq.) e relator Ronaldo Fonseca, ao lado do advogado de Cunha, Marcelo Nobre, na CCJ. Foto Orlando Brito
Deputados Osmar Serraglio (esq.) e relator Ronaldo Fonseca, ao lado do advogado de Cunha, Marcelo Nobre, na CCJ. Foto Orlando Brito

do PCdoB. Mas, assim mesmo, é conversável. E não oferece grandes riscos eleitorais num eventual segundo turno.

Se Marcelo Castro chegar lá, a bancada do partido entenderá perfeitamente o apoio do governo a um outro nome, já que ele votou contra o impeachment. E acabará unindo de vez o Centrão ao PSDB e companhia.

Deixe seu comentário