Caso Jader Barbalho mostra a força da caneta na votação do impeachment

Governador Hélder Barbalho e o pai, senador Jáder - Foto Orlando Brito

No coquetel de comemoração da aprovação do impeachment pela Câmara, no dia 17 de abril, na casa do deputado Heráclito Fortes (PSB-PI), o presidente em exercício, Michel Temer, encontrou o deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA) com quem não tinha muita proximidade.

Jordy se apresentou contando que, embora tenha trabalhado pelo impeachment e, portanto, para que Temer assuma o poder definitivamente,  tinha dificuldades no Pará com o partido do vice-presidente, o PMDB, comandado no seu Estado pelo senador Jader Barbalho.

Temer respondeu que sabia “da contribuição” do deputado para a aprovação do impeachment e, quanto a Jader, respondeu:

— Não se preocupe. O Jader é um político experiente. Deu dois votos contra o impeachment aqui na Câmara. Ele sabe que escolheu um lado.

Jordy saiu dali feliz da vida.

Mas o Jader é um político experiente… Sua atual esposa, Simone Morgado, e a ex, Elcione Barbalho, são ambas deputadas pelo PMDB e haviam de fato votado contra o impeachment. Seu filho, Helder, era o ministro dos Portos do governo Dilma. e, passada a votação, na Câmara, pediu demissão.

Agora o Senado é quem decide definitivamente se haverá ou não impeachment. Na votação da admissibilidade do impeachment pelo Senado, Jader Barbalho não apareceu, ou seja, não deu seu voto para afastar a presidente Dilma Rousseff. Mas logo que assumiu, Temer nomeu Helder Barbalho para o comando de uma pasta até mais forte: o Ministério da Integração Nacional. E o senador já é considerado voto certo a favor do impeachment.

Ao que tudo indica, Arnaldo Jordy ainda vai ter que esperar um tempo para ver Michel Temer romper com o velho cacique do Pará. Ou vice-versa.

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