Uma ministra no STF sem ‘blá-blá-blá’

O "show de bola" da discreta juíza Rosa Weber diante da Câmara dos Deputados, de Arthur Lira

A juíza Rosa Weber é uma dos atuais 10 integrantes da Corte Suprema do Judiciário brasileiro

Quando Rosa Weber foi indicada por Dilma Rousseff para o Supremo, quis conhecer quem era ela, de onde vinha, o que pensava e o que poderia fazer – coisas que as sabatinas no Senado (um teatro de faz-de-conta no Brasil) deveriam revelar ao povo. Sou formada em Direito e com um pouco mais de conhecimento do Direito do Trabalho, e ouvi que ela vinha dessa seara.

Confesso que de início achei-a meio fraquinha, embora nos últimos tempos (acompanho o Supremo desde há muito) temos sido surpreendidos por nomeações que… francamente!…  acabam por nos deixar envergonhados e indignados com a má qualidade do conhecimento jurídico desses apadrinhados.

Stefan Zweig, escritor austríaco

Não sou ingênua como os tantos liberais-democratas que no Brasil posam de “marxistas”, mas que no exame das instituições políticas e da legislação são meros – quando muito – aprendizes do Marx, que aos 24 anos publicava artigos na “Gazeta Renana”, cobrindo os trabalhos da Dieta do Estado onde vivia. Quem quiser conferir isso leia “Os Despossuídos”, da Editora Boitempo. Aliás, nem isso: não passam de defensores do contratualismo mais rasteiro que continua a fazer do nosso país não um país do futuro (como afirmou Stefan Zweig) mas um país permanentemente andando para trás.

Que cansaço! Quanta preguiça!

O ex-presidente Juscelino Kubitschek

Aos poucos fui acompanhando os progressos de Rosa que, para mim, haviam (até agora) culminado no reconhecimento do belo trabalho da Constituinte mineira – por minha iniciativa – de reconhecer a diferença de tratamento, necessária, no caso de crimes comuns e crimes de responsabilidade do Governador do Estado.

Nosso artigo 92 – contra a vontade da própria Assembleia Legislativa de que fiz parte, aqui em Minas – foi por intervenção capitaneada por ela que a Corte estendeu a aplicação dessa diferenciação a TODOS OS ESTADOS BRASILEIROS. Ponto pra nós mineiros, tão espezinhados e atualmente relegados à décima categoria entre os Estados-membro depois de termos sido berço de Milton Campos, JK e até mesmo de Tancredo Neves. De uns anos para cá (pelo menos desde que me elegi deputada constituinte), Minas infelizmente entrou numa decadência política de fazer dó. Saudades mesmo da Direita mineira com os Bias Fortes, os Andrada, os Abi-Ackel de antigamente, como Ibrahim, de quem fui amiga e colega na Câmara Federal.

O alagoano Arthur Lira é presidente da Câmara dos Deputados – Foto: Orlando Brito

Volto a Rosa Weber: essa mulher que não dá entrevistas à imprensa, que mantém sua discrição de juíza de antigamente (resguardando o quanto pode as influências ideológicas de seus votos, porque o Poder Judiciário também é vítima do torpor das sociedades capitalistas), ela deu agora show de bola diante da canalhice da Câmara dos Deputados. Vi de tudo nos dois mandatos que lá vivi, mas a audácia do Arthur Lira, dando presença e voto até a quem estava no Exterior, apenas para esconder o que sei-de-cor (que a “mala preta” dos empresários e/ou do próprio Executivo come solta nas madrugadas das grandes votações). “Interna Corporis” é mãe dos que descaradamente (não tanto quanto esse pau-mandado do Maligno) destroem a incipiente e incompleta soberania popular da qual os parlamentares deveriam ser meramente “representantes”.

Se você que me ler quiser, pode praticar à vontade o “me engana que eu gosto” com que a namoradinha do Brasil, Regina Duarte, foi noivar e logo ser chutada do casamento nesse governo do Mal…

Comigo não, violão!

 

 

 

 

 

 

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