Um governo de tantos desmandos é difícil para a população suportar

Eleitor brasileiro - Foto Orlando Brito

Para governos do tipo Bolso…nada, é conveniente promover uma reforma política com o objetivo de reduzir o mandato presidencial para dois anos. Antes da posse. Do modo que acontece atualmente, até a metade do período, o mandato atual deste cidadão, mistura de cadete com vereador, a população passa a entrar numa fase de desencanto e perda de perspectivas.

Para suportar o que serão os dois anos finais, a população não teria mais paciência. E sendo pacífica, tentar a mudança sem violências, como estão querendo fazer agora. Na verdade seria um mandato de quatro anos, como sempre, mas revisto a cada biênio para testar sua continuidade. Tal não acontecendo, encerra-se a metade do mandato e assume o vice-presidente. Ou se faz, logo, uma outra eleição. Sempre eletrônica.

Jair Bolsonaro e seu vice Hamilton Mourão – Foto Orlando Brito

Desta forma, recomenda-se que o eleitorado tenha cuidado na avaliação de chapas de candidatos, para que o vice não seja tão ruim quanto o presidente. E para que uma  desgraça de governo não dure todo um quadriênio, surgiu a ideia da divisão em dois períodos. Obviamente, sem reeleição do cabeça de chapa do período atual. A competência deste governo, dirigido por um motoqueiro boquirroto, inexistiu. Poucos entendem o que foi feito na primeira metade do mandato. Destaque negativo para a linguagem chula e o desrespeito generalizado.

De repente, um tresloucado cantor berra nos sites da mídia eletrônica que vai colocar milhares de caminhoneiros para atrapalhar o dia da Independência, fechar as cortes de Justiça e o Congresso. Dominar a capital e dar uma sobrevida ao presidente. O cantor Sérgio Reis, alto de tronco e vazio de cabeça, teve o desplante de fazer esta pregação mas faltou-lhe coragem para continuar. Colocou a chapelão na cabeça pra chorar escondido. A população incrédula.

Paulo Guedes, ministro da Economia – Foto Orlando Brito

O ministro da Economia assumiu anunciando as reformas que salvariam o país, agora afirma que se não houver dinheiro para os precatórios não será possível adiantar quase nada da reforma tributária. Essa reforma, a mais necessária, já é levada na troça pela população. Já o ministro da Educação propõe medidas prejudiciais ao ensino de deficientes, a começar pela exclusão do convívio com os jovens. A educação, função mais importante para a humanidade é o setor mais desprezado pelo atual desgoverno.

É raro o período em que não haja contratempos sérios do presidente com setores da oposição. Uma vez por semana ele banca falatório agressivo em lives da rede social. Xinga e agride com a maior tranquilidade, como se estivesse em casa. A CPI da pandemia irrita o presidente, que em represália promove o impeachment de ministros do STF. Tudo isso, no meio do mandato, assusta a população e ressurge a tese do mandato divisível. Ruim, fora.

A ideia do mandato divisível parece esdrúxula  mas imaginar não é problema, assim como a gravidade do caso deve ser encarada. Sonhar, sonhar um pouco ainda pode ser uma alternativa para aliviar tensões. Quando um país é arrastado por uma administração nefasta, alguma alternativa deve ser avaliada, ainda que dificilmente viável. Dois anos bastam para que um presidente ruim destrua um governo e a população fique revoltada.

— José Fonseca Filho é jornalista

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