Trumpismo ressuscita nas eleições americanas

Trump e os trumpistas

O presidente brasileiro Jair Bolsonaro tem tudo para comemorar os resultados das eleições americanas da última terça-feira. Os seguidores do ex-presidente Donald Trump compareceram em massa às urnas em todo o país. Há um ano, a maioria dos analistas políticos afirmavam que a carreira de Trump estava encerrada.

Mas resultados das urnas sinalizam que Trump está mais vivo do que nunca. No estado da Virgínia, onde mora o escritor Olavo de Carvalho, considerado o “guru” de Bolsonaro, o republicano Glenn Youngkin venceu a eleição para governador, uma vitória maciça para o partido de Trump após mais de uma década de perdas políticas no estado, e uma indicação de descontentamentos com o presidente Joe Biden e impulso para a plataforma do ex-presidente em todo o país antes das eleições do próximo ano.

Com a briga interna dentro do partido democrata e a incompetência da atual administração na Casa Branca, os republicanos devem passar a controlar a Câmara dos Representantes e selar o fim da presidência de Joe Biden e pavimentar a estrada para a vitória de Trump em 2024.

A crise é tão séria no Arraial de Biden, que até mesmo em redutos eleitorais dos democratas, os republicanos foram os vitoriosos.

Trump e Bolsonaro nos Estados Unidos

Os resultados das urnas nos Estados Unidos mandam um recado bem claro para os petistas no Brasil: Bolsonaro pode se encontrar na UTI, mais ainda não se encontra morto. Com o apoio emocional, estratégico e financeiro de Trump, o presidente brasileiro pode ressuscitar na campanha eleitoral do ano que vem.

Terry McAuliffe
Glenn Youngkin – Foto Kate Magee/Divulgação

Youngkin derrotou o democrata Terry McAuliffe, em um estado que Biden ganhou por 10 pontos apenas um ano atrás, e que o atual governador Ralph Northam, um democrata, ganhou por 9 pontos há quatro anos. Youngkin foi capaz de reconquistar republicanos moderados e independentes suficientes nos subúrbios fora de Washington, D.C., ao redor de Richmond, e na área de Virginia Beach e Norfolk. Ele é o primeiro republicano a ganhar um cargo em Virgínia desde 2009.

O resultado das urnas da última terça-feira tem enormes implicações no futuro da administração de Biden e no cenário internacional. Os republicanos (leiam-se “trumpistas”) surgem no caminho para retomar o controle da Câmara dos Representantes daqui a um ano, e possivelmente do Senado americano, assim como uma vitória democrata na Virgínia em 2017 previu uma vitória histórica para o partido nas eleições de 2018. Isso significa que o relógio está correndo contra os democratas nos corredores e esgotos da capital americana.

A vitória de Youngkin na Virgínia – tradicional reduto eleitoral dos democratas – motivará os republicanos – principalmente a base trumpista – nas campanhas eleitorais do ano que vem. E, no Brasil, o presidente Bolsonaro pode começar a pensar em mandar confeccionar o terno da posse do seu segundo mandato.

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