Traição tá no DNA do clã Bolsonaro

Sem conseguir criar o próprio partido, família do ex-presidente tenta puxar o tapete de Valdemar Costa Neto e tirá-lo do comando do PL

Bolsonaro na festa de sua filiação ao partido de Valdemar - Foto Orlando Brito

Ao longo da sua carreira política, iniciada em 1989, o ex-presidente Jair Bolsonaro já se filiou a pelo menos 9 partidos políticos. Brigou com todos. Tentou criar a própria legenda, batizada de Aliança Pelo Brasil, mas, mesmo no comando do Executivo federal e com três filhos com mandatos eletivos, não conseguiu reunir o número de assinaturas necessárias para dar entrada no registro junto ao TSE. Assim, ingressou no PL de Valdemar Costa Neto, no final de 2021, para conseguir disputar a reeleição.

Carlos, Eduardo e Flávio Bolsonaro – Foto PR/Reprodução

Nesta sexta-feira (20), a colunista do Jornal O Globo, Bela Megale, publicou nota informando que “aliados de  Valdemar Costa Neto perceberam um movimento dos filhos de Bolsonaro, nos bastidores, para tomar o comando do partido”. Pura traição.

É bem verdade que o PL conseguiu eleger a maior bancada da Câmara dos Deputados até hoje graças à  popularidade do ex-presidente, o que renderá uma bela fatia do Fundo Partidário ao longo dos próximos anos. Mas não dá pra esquecer, também, que, graças às maluquices de Bolsonaro e sua tentativa de impugnar as urnas no segundo turno, o PL levou um prejuízo de mais de R$ 22 milhões em multa aplicada pelo TSE.

Ex-presidente Jair Bolsonaro recebe apoiadores em condomínio na região de Orlando

Ao perceber a movimentação dos filhos do presidente, em especial do senador Flávio Bolsonaro, que quer assumir a cadeira de Valdemar, o partido, que vinha pressionando para que Bolsonaro voltasse ao Brasil, mudou de ideia. Agora o PL quer que ele permaneça nos Estados Unidos.

Até aqui Valdemar Costa Neto tem sido fiel ao ex-presidente e prometeu a ele uma mansão e um belo salário pagos com o dinheiro do contribuinte, afinal, os recursos para bancar os luxos de Bolsonaro sairão do Fundo Partidário. Mas a traição está no DNA do clã Bolsonaro.

Luciano Bivar – Foto Orlando Brito

A família não consegue ser grata. Não segura o ímpeto de tentar trair quem os apoia. Talvez por isso desconfiem de todos os que os rodeiam. Em 2019 o clã Bolsonaro também tentou tirar o PSL das mãos de Luciano Bivar, de olho nos milhões do Fundo Partidário. Deu ruim. Acabaram saindo do partido pela porta dos fundos. Resta saber até quando Valdemar Costa Neto irá se submeter às vontades do capitão e às traições da sua família, agora sem o poder nas mãos.

A conferir.

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