Surge o inesperado na eleição: um gay honrado pode derrotar um presidente grosseirão

Na noite dessa segunda-feira, as paredes do Senado Federal e da Câmara dos Deputados foram coloridas com as luzes coloridas da causa da diversidade - Foto Orlando Brito

A pré-campanha presidencial que vinha se arrastando modorramente, com os mesmos candidatos de anos atrás, repetindo o que diziam naquele período, no mesmo baixo nível tradicional. Candidatos repetidos, sem apresentar novidades. Enfim, nada que despertasse, até agora, o interesse da população. Justamente estando ela necessitada de reformas limitadas pelas provocações do candidato Bolsonaro e seus esbirros.

De repente, numa surpreendente jogada de marketing com apoio da televisão, em ação combinada, surge a surpresa que poucos chegariam a imaginar. Novidade se colocada num projeto eleitoral e político, ao qual poucos previam alterações em face do quadro estático atual. Além disso, uma decisão adotada com respeito e grandeza pelo novo personagem, além da coragem e demonstração de personalidade. Surpresa a nível nacional.

O governador Leite e o jornalista Bial

Uma jogada de alto valor, independente das qualidades morais do candidato, que ainda não havia como tal se apresentado. Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul pelo seu partido, o PSDB, revelou em entrevista especial, com franqueza e dignidade exemplares, sua condição de gay, com namorado firme e em relação de amor e respeito. Leite vai disputar a indicação do PSDB como candidato à presidência da República com dois outros postulantes. Finalmente, algo de novo na campanha presidencial.

O crescimento das comunidades LGBT e outras tantas maiúsculas representativas de novos grupos, a seguir incorporados é uma realidade universal. Novos grupos mais reconhecidos e respeitados pela população mundial, com a dignidade que todo ser humano merece, pois são todos iguais. Exceções existem, os sem caráter,  mentirosos, bandidos, criminosos, políticos, corruptos e tantas figuras execráveis. Esses vivem de perseguir, insultar e até agredir ou assassinar.

O presidente Messias, para os íntimos Bolsonaro, aquele que vive de xingamentos e grosserias, é o contrário da gente boa aqui citada. Homofóbico, frisa que se tivesse filho homossexual não o trataria bem. Enquanto o possível novo candidato recebia congratulações e o respeito de muitos dos brasileiros, o debochado dava outras demonstrações de ignorância e bestialidade. Comportando-se desta forma não surpreendeu ninguém. Os brasileiros é que tiveram de ouvir a repetição de suas molecagens.

Eduardo Leite surpreendeu os brasileiros e teve seu comportamento majoritariamente aprovado pelos políticos, de diversos partidos e origens. Todos com demonstrações públicas, via  rede social, de compreensão pela coragem das declarações honestas do possível candidato.  Um fato, na realidade, acima da política, o que torna o seu autor mais importante e corajoso na exigência de respeito à comunidade de homossexuais. A depender do tal Bolsonaro, o Brasil continuaria também no atraso em relação ao comportamento social de sua população.

— José Fonseca Filho é jornalista

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