Rita, a feminista

Ela nos mostrou que é possível uma mulher fazer o que bem quiser

Rita Lee - Fotos Divulgação

Não é fácil ser ovelha negra. Aliás, ser ovelha num mundo de carneiros e cabras-machos, por si só, já é um desafio.

A menina branquinha de olhos claros arrombou a porta e esculhambou a festa da caretice. Ela não se curvou aos costumes, à pressão familiar, à mordaça da ditadura ou a qualquer tipo de prisão. Rita sempre foi livre.

Músicas da roqueira Rita Lee serão adaptadas para o samba, axé e funk carioca no bloco Ritaleena – Foto Divulgação

Rita não seguiu o roteiro esperado para uma mulher da sua época. Não era comportada, não era submissa, não queria ser santa. Ela entrou de cabeça no mundo masculino do rock e virou rainha.

Quando todo mundo já tinha se conformado com sua transgressão, tipo “essa aí não tem mais jeito mesmo”, ela transgride mais ainda e resolve virar esposa e mãe. A maternidade parecia que não cabia naquela personagem, mas, como tudo nela é intenso, veio logo em dose tripla.

Acostumados a perder ídolos rebeldes na juventude, ela transgride de novo e avança na idade. Rita não apenas envelheceu, mas assumiu e curtiu a velhice. Ela mostrou que uma jovem inconformada pode se transmutar em uma velha sábia.

Miss Lee viveu cada fase de sua vida com intensidade, aproveitando todas as possibilidades de cada tempo.

E como não lembrar a maior das transgressões: a porra louca, a drogada, a destrambelhada, quem diria, viveu um grande amor.

Rita sempre fez e falou o que quis, sem procurar se enquadrar em caixas ou rótulos.
Ela cabia em qualquer lugar. E vai continuar cabendo.

Ela nos mostrou que é possível uma mulher fazer o que bem quiser.

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