Patriotismo made in USA

Não deve ser nada fácil a vida dos bolsonaristas, a todo momento tendo que defender o indefensável

A mais nova atribuição dos patriotas bolsonaristas é defender Donald Trump. Já defendiam antes, uma vez que o presidente americano é o ídolo e o modelo declarado do nosso presidente. (Digo “nosso presidente” porque, apesar de ele não se comportar como o presidente de todos os brasileiros, infelizmente ele é. E, ao contrário dele e do Trump, eu respeito a decisão das urnas, mesmo quando vai contra a minha vontade).

Continuando, os fanáticos bolsonaristas agora estão postando nas redes sociais e nos grupos de WhatsApp mensagens enaltecendo Trump. Uma delas chega ao descalabro de dizer que ele, o gente boa do Trump, será candidato ao Prêmio Nobel da Paz. Por essa linha de pensamento, seu único concorrente talvez seja o atual ocupante do Planalto, com seus insistentes gestos de arminha. Ou o ultrapacifista Kim Jong-un, da Coreia do Norte. Páreo duro!

Essa atual fixação por Donald Trump certamente é por causa das eleições americanas que estão chegando. Jair não quer largar a mão de seu colega, também pouco afeito à democracia e, como ele, chegado a grosserias e sopapos. Bolsonaro deve pensar que ele e seus fiéis escudeiros são capazes de interferir no pleito da terra do Pateta.
Acho até possível, mas se houver alguma influência será negativa. Ou eles ainda não perceberam que o nosso presidente é super mal visto no exterior? Não faltam chacotas e críticas na mídia internacional. (Toda comunista, claro!).

Bolsonaro e a Cloroquina em transmissão no seu Facebook

Além de defender a qualquer custo (e haja custo!) Donald Trump, os bolsonaristas-raiz têm de defender o uso da cloroquina no tratamento da COVID e ser contra a vacina, têm de ser opor à Ciência e acreditar no terraplanismo, têm de questionar o número de mortes por coronavírus, têm de ser a favor do desmatamento na Amazônia e contra os índios.

Para que passem com louvor no teste de fanáticos por Bolsonaro, convém que demonstrem um certo desprezo por homossexuais, negros, artistas e mulheres, e achem bacana o trabalho infantil. Para garantir o selo de “apaixonados pelo mito”, devem também criticar a imprensa e falar mal da Globo, novelas só as da Record e do SBT. E mais, não podem nem pensar em ouvir os mestres da MPB, todos marxistas, no máximo um ou outro sertanejo.
Na boa, não deve estar nada fácil a vida dessa galera!

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