Para quem se importa

Alguns se importam fazendo trabalhos voluntários, outros se importam atuando politicamente

Politicas publicas

Sempre que posso ouço “O é da coisa”, com Reinaldo Azevedo, às 18h na rádio Bandnews. Na última 5ª feira assisti pela Bandnews TV. Há quem goste, há quem não, às vezes concordo totalmente, às vezes parcialmente, mas nos últimos tempos jamais ousei discordar completamente do tio Rei.

Reinaldo Azevedo

Para alguns, ele, um antigo crítico do PT, lulou demais. Não acho que seja o caso. Ele apenas entende como poucos a gravidade do momento e sabe que entre uma coisa e outra, não há comparação. Há erros contornáveis e corrigíveis, outros não.

No programa a que me referi acima peguei o bonde andando. Tio Rei falava sobre socialismo, ou sobre um comentário que alguém tinha feito sobre o assunto. Daquele jeito debochado, após preambular sobre o tema, ele disse que poderiam questionar por que ele não distribuía tudo o que tinha entre os mais necessitados para tentar resolver a questão da pobreza no Brasil, ao que respondeu: porque nao resolveria, apenas existiria mais um pobre no país.

agricultura familiar e o combate à fome – Foto Arquivo/Agência Brasil

Reinaldo Azevedo ressaltou que o importante é que sejam criadas políticas públicas que procurem resolver o problema da desigualdade no Brasil.

Ações encampadas pela sociedade civil, sejam solitárias ou coletivas, serão sempre necessárias e farão sempre diferença. A força do voluntariado é inquestionavelmente relevante para que este mundo se torne menos cruel. Mas só teremos mudanças realmente significativas a partir da criação de políticas públicas que priorizem as populações necessitadas.

As boas ações voluntárias ajudam pessoas, e animais, a sobreviverem e, vez por outra, conseguem mudar o destino de alguns condenados ao desamparo.

Sempre haverá alguém com uma história de superação a ser contada. E aqueles que acreditam que tudo é apenas uma questão de esforço pessoal continuarão desfiando casos de gatos pingados que deram certo apesar das adversidades como se o problema da miséria fosse responsabilidade de quem a vive.

Dia desses li no Facebook uma postagem de alguém que costuma ajudar e resgatar animais abandonados e doentes. Ele disse ao final que muitas pessoas não se importam, mas que ele vai continuar se importando. Concluiu dizendo que tudo o que as pessoas que não se importam querem é que todas as outras pessoas também não se importem.

Trabalhos voluntários

Eu concluo afirmando minha esperança nas pessoas que se importam e atuam para que o mundo, em específico o Brasil, seja menos injusto. Alguns se importam fazendo trabalhos voluntários, outros atuando politicamente para que o Estado corrija injustiças e ofereça oportunidades mais equânimes a todos.

Em cada tragédia que acontece no Brasil, vemos o quanto a população se dispõe a ajudar os que precisam. No quesito “vontade de ajudar” o brasileiro dá show. Está faltando mesmo é avançarmos com políticas públicas que ofereçam condições justas para que todos, independentemente da condição social, possam lutar com as mesmas armas por melhores oportunidades de vida.

Deixe seu comentário