Os Bolsonaros se divertem com o país que não conseguem governar

Bolsonaro em dos seus passeios de moto - Foto Orlando Brito

Antes de termos uma guerra civil entre direita e esquerda, ou uma conflagração entre fascistóides e fantasmas comunistas, os brasileiros precisam atentar para a difícil situação que o país atravessa. Sem que nenhuma atitude visando o fim da exasperação dos ânimos esteja sendo cogitada pelo governo, que contribui ainda mais para seu agravamento. A pandemia mortal e descontrolada agrava a superação da perigosa realidade e crescente número de mortes.

Da parte do governo é difícil esperar alguma atitude razoável no sentido do apaziguamento da sociedade. Ao contrário, o presidente e seus Zeros agem com irresponsabilidade e provocações. O objetivo é tornar o ambiente político realmente explosivo. O país não vive um período de convivência e sim de arrivismo provocado pelo Chefe do Governo e seus filhos. Com os braços, em suas aparições públicas, imitam os movimentos de um fuzil, mostrando ao povo como atingir o adversário. Estímulo ao tiroteio.

Nas atividades públicas o presidente aproveita para dizer asneiras e bancar o valentão, exemplos seguidos pelos adestrados Zeros. Bolsonaro é o rei da provocação, conseguiu levar a desarmonia ao Exército, à Saúde, ao combate ao coronavírus, aos parlamentares da CPI, aos governadores e prefeitos. No exercício da presidência tem  comportamento desrespeitoso com todos. Gosta mesmo é de tagarelar com seus seguidores no portão do Alvorada, e xingar as mães dos que o desagradam.

Bolsonaro chega a cavalo na manifestação dos evangélicos em Brasília – Foto Orlando Brito

Agora está sofrendo de complexo de posse, que supõe poderá ajudar a aliviar alguns dramas que tem vivido,  graças aos comunistas, esquerdistas, jornalistas, lulistas e outros. Mas tem sido claro em suas preferências de posse:  “Meu Exército”, “Meu povo”, ”Minha moto”; “Meu cavalo”, e por aí segue. Sobre a correspondência a seus desejos de posse pelos escolhidos nada se sabe. Logo explicita suas qualidades, por ele próprio destacadas: diz que se considera incomível, imorrível  e imbrochável. São traços de uma mente conturbada.

As brincadeiras seguem enquanto o Brasil atravessa um dos períodos políticos mais delicados de sua história e por enquanto não há indícios de melhoras. Bem ao contrário, a tendência é pelo agravamento. Os grupos bolsonaristas estimulam as provocações, cujos abusos são considerados justos pelo presidente.

As lideranças político-partidárias não se revelam ao nível de inteligência e moderação requeridos. Os grupos políticos se agitam e a eleição presidencial provocará mais ódio e confrontação entre os votantes. Outro agravante: a votação será digital ou do papelzinho dobrado? O presidente quer o velho modelo, que é maleável.

Manifestação de solidariedade aos mortos pela Covid e contra Bolsonaro em Brasília – Foto Orlando Brito

Como se não bastasse, cerca de 500 mil brasileiros já morreram de coronavírus e o Brasil, entre os países de grande porte, é o mais incompetente do mundo no combate à pandemia. O Bolsonaro deixou de comprar vacinas e queria oferecer como remédio aos brasileiros um xarope vagabundo chamado cloroquina.

Como pode um país nessas condições superar tantas dificuldades, e com a sociedade dividida? Até agora tem faltado moderação e inteligência. Os fascistóides querem reeleger seu chefe e os comunas remanescentes trazer o Lula de volta.

É possível a população ficar calma, ou esperançosa, com essas perspectivas e tais condutores do processo? Em breve poderemos constatar. Bolsonaro acha que as manifestações de protesto contra seu governo são provocadas por esquerdistas maconheiros, insatisfeitos com a falta da erva. Mais uma gracinha presidencial. Enquanto isso, o Brasil corre o risco de sofrer uma forte implosão.

Bolsonaro fala da realização da Copa América no Brasil, ouvido pelos generais Mourão e Ramos – Foto Orlando Brito

Homenagem a Bolsonaro – Principal responsável pela realização da Copa América no Brasil, o presidente Bolsonaro será homenageado pela Conmebol. Ele dará o pontapé inicial no jogo de abertura entre as seleções da Guatemala e de Honduras, no Estádio Nacional de Tegucigalpa.

 

 

— José Fonseca Filho é jornalista

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