O que aconteceu com a Terra de Santa Cruz?

"Parece que nada pode ser superado. Tudo está sendo religado. Nenhuma lição foi aprendida com a horrenda Ditadura Militar"

O Brasil está ziguezagueando para trás, estrangulado pelo passado, desagradável e indiferente. A impressão é que os brasileiros estão tentando estrangular um ao outro. Há uma espinha atravessada na garganta do sensato eleitor.

Na era pós-Lula, os pacatos cidadãos, que pagam os seus impostos em dia e cumprem a lei, apostavam que o capitão Jair Bolsonaro possuísse poderes sobrenaturais para exorcizar, curar, acalmar e restaurar o senso de racionalidade, decência e sanidade da pátria que ainda “choram Marias e Clarisses”. Mas a claridade no fim das trevas despontou ser apenas um pirilampo. E, ainda no início, ficou claro para o país e o resto do mundo que “o ungido presidente não era uma Brastemp.”

Cena comum nas ruas do Brasil: desemprego e fome – Foto: Orlando Brito

Os incautos eleitores sentem o retorno do pavor: a volta da fome, censura, tortura, gritos e sussurros; o Congresso tornou-se a “casa da mãe Joana”; a fragilidade das instituições democráticas arrastando a nação para o passado; a natureza confusa desta praga; a maneira como o meio-ambiente, os políticos e os magistrados estão estrangulando o país. E agora vem Lula, marchando em direção a outra corrida presidencial.

Parece que nada pode ser superado. Tudo está sendo religado. Nenhuma lição foi aprendida com a horrenda Ditadura Militar.

Os brasileiros estão sufocados com mirabolantes propostas políticas obscuras, mas a disparidade entre os desastres que assistem nas redes sociais e o que está sendo feito nos corredores em Brasília fazem com que pareça que nada está acontecendo, exceto a mudança climática. Os líderes políticos e empresariais estão muito longe de resolver os sérios problemas que castigam o país desde a chegada dos primeiros invasores no século XVI. Mas, quando não lhes faltam visão, falta interesse aos líderes pela implementação de políticas eficientes e eficazes.

Manifestante pró-Lula em frente ao Supremo Tribunal Federal – Foto: Orlando Brito

Uma fatia cínica do país rotula os ativistas anti-Lula de lunáticos, mas se move publicamente em sincronia com eles para se agarrar a essa base e manter o poder.

Mas as forças anti-Lula foram de alguma forma inteligentes o suficiente para sequestrar o Planalto do Planalto e lutam para se perpetuarem nos gabinetes, corredores e esgotos de Brasília.

Com a memória de uma capivara, o Brasil gira em torno de sua jaula, voltando para onde estava, incapaz de seguir em frente, condenado a repetir um passado do qual deveria escapar.

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