O avesso do avesso: bordões perdem força pelo excesso de exposição

Nem tudo que parece notícia é notícia. O noticiário, conclui o jornalista, está repleto de fake news

Vira, vira, vira, virou, canta a ciranda, ou seja, o avesso do avesso do avesso do avesso, como repete quatro vezes a canção dos parceiros Caetano Veloso/Gilberto Gil. Em linguagem menos poética diz-se que “virou o fio”, ou seja, o gume da navalha passa a cortar pelo outro lado, ou, ainda, no sentido figurado, o esforço físico de treinamento do atleta ultrapassa do ponto e, em vez de ganhar forças e fôlego, vai perdendo terreno. Tudo isto para comentar alguns bordões que andam por aí, que entram o ano de 2021 perdendo o ímpeto, por razões diversas, mas sempre a partir dessa premissa: está cansando antes do fim do jogo.

Para começar, um comentário sobre o bombardeio antirracista, uma causa justa que, segundo as pesquisas, tem apoio de 75% da população brasileira (deve ser mais de 90%, mas a pergunta deixa uma margem para o entrevistado admitir algum preconceito de cor com pretos retintos). Todo dia, toda hora, aparece um preto na tevê e lá vem bala, dizem pesquisas qualitativas que o tema está começando a gerar efeito reverso. Segundo esses estudos, essa reversão se dá pelo estresse das maiorias emudecidas. Não ocorre só no Brasil. Na verdade, menos aqui que lá fora, onde há confrontos diretos e reais no nível institucional, como repressão policial ou legislações restritivas a minorias.

Aqui é o contrário: o arcabouço legal antirracista é muito duro com os preconceituosos, sem muita margem para defesa, o que está levantando desconforto entre brancos e mulatos claros, e em segmentos que não admitem o racialismo oficial, como os evangélicos, uma esquerda ideológica (não identitária) e mesmo pretos conservadores. Cada qual com sua crítica: evangélicos pela vinculação estreita, cultural, procurando vincular à pele preta os ritos de origem africana. É uma associação inconciliável. Os pentecostais puros consideram os orixás demônios vivos, exorcizados em cerimônias públicas, expulsos pela prece conjunta das comunidades. Fora satanás! significa execrar os espíritos. Não há como escapar.

Na questão policial é muito difícil cooptar um preto brasileiro à tese que corre solta do tal genocídio, pois como, segundo o IBGE, todos são negros, pretos e mulatos, quem morre e quem mata são basicamente pessoas dessas subetnias. Também tem muito branco bandido, mas os ditos “negros” são maioria, então é inevitável que, numa sociedade miscigenada, estes números se expressem para os dois lados. Quem mora nas zonas sombrias da criminalidade, onde ocorrem essas violências, sabe que se mata e se morre por todas as razões, menos por cor da pele. Esse bordão, muito forte no Exterior, também está caindo. A solução, dizem outros especialistas, é a igualdade, através de educação, reformas econômicas e sociais para combate à pobreza e à ignorância. Escola neles.

As campanhas antirracistas no Brasil estão ligadas a duas correntes internacionalmente difundidas. Uma delas vem dos movimentos da classe média “black” (nos USA, a expressão “niger”, que é racial, não faz parte do repertório retórico) dos Estados Unidos por direitos civis iguais entre pretos e brancos, um projeto que vem dos tempos do pastor Martin Luther King, em que baseava o bordão “somos todos iguais”, difundido no Brasil pela canção de Wilson Simonal, nos anos 1960.

Aqui, a justificativa não é econômica, nem social, mas de uma reparação histórica por conta da escravização de africanos nos séculos XVI ao XIX. Seus descendentes teriam direitos a privilégios (em várias áreas, as ditas cotas) para se ressarcirem das opressões sofridas por seus ancestrais. São as reparações, que, em outros lugares do mundo, são esgrimidas por outras minorias, como ciganos, cristãos (em países de maioria muçulmana), drusos, assírios, povos do deserto (no Egito foram caçadas as carteiras de motorista de todos da minoria tuaregue, alegando que seriam maus motoristas. Na verdade, eles ocupavam largo espaço no mercado do guidom, agora destinado à maioria árabe).

Na Ásia e na África esta é uma questão muito grave para os organismos multilaterais da comunidade internacional ligados a direitos humanos. Etnias são relegadas à submissão explícita, exterminadas por instituições dos estados, como se vê atualmente na expulsão da minoria islamita rohingya da Birmânia budista, ou nas guerras civis africanas, que, na verdade, são conflitos interraciais (ditos tribais).

No Brasil, isto que hoje se chama racismo foi oficial e legal no passado, assim como os demais impérios coloniais das Américas, tanto hispânica, como francesa, holandesa e anglo-saxã, de onde deriva o resquício segregacionista norte-americano. Aqui, até a vinda da família real, em 1808, os reinóis, como se chamavam os portugueses metropolitanos, tinham todos os direitos, que iam se suprimindo na medida em que as mestiçagens se pronunciavam. Por exemplo: para ser oficial das milícias (tropas coloniais integradas por brasileiros), mesmo sendo nascido de uma família clara e rica do Brasil, o candidato teria de provar quatro gerações de “branquidade”, sem sangue negro ou mouro (como se chamavam os árabes e demais povos levantinos).

Nos apertos da guerra contra Gervásio Artigas, do Uruguai, o rei Dom João abriu exceção para os caciques das antigas Missões Jesuíticas para ingressarem nas forças militares até o posto de capitão. O índio comum não passava de sargento. Foi a primeira abertura. A constituição de 1824 já não discriminava por cor, mas apenas por status, negando direitos políticos de escravos, padres e soldados e graduados. Estes três, no entanto, podiam ter propriedades e negócios próprios. Escravos eram profissionais (de ganho, chamavam) e clérigos e militares funcionários do estado.

Presidente da Fundação Cultural Palmares, Sérgio Camargo

Pois bem, tudo isto para voltar ao tema inicial da matéria: institutos de pesquisa de opinião, sem alarde, pois o tema é explosivo, estão constatando que a campanha de segmentos do movimento negro estaria a virar o fio. As áreas e tendências não engajadas, como se disse acima, estão entrando em estado de estresse com tamanho bombardeio midiático. Com isto, parte da esquerda convencional está se afastando do apoio automático e entusiástico ao movimento negro.

Para os partidos de oposição, a campanha identitária foi interessante nos primeiros momentos como uma forma de ir encurralando a direita ideológica e o próprio presidente Jair Bolsonaro, que se apoia nessas correntes, principalmente no segmento evangélico. Ainda por cima, o presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, diz que os ex-escravos vivem melhor que os africanos em seus países. Nos Estados Unidos é certo que os blacks são uma classe média pujante. E aqui? Será?

Agora, com essa escalada, os partidos de oposição estão temendo o desgaste com a saturação e já procuram sair para outros lados, voltando às suas teses originais de campanhas por igualdade, luta de classe, nacionalismo e outras bandeiras que uniam forças populares e a intelectualidade urbana como base eleitoral. O desempenho do candidato do Psol, Guilherme Boulos., em São Paulo, que levou a classe média para uma candidatura de esquerda alternativa é um exemplo, também visto em Porto Alegre, com o desempenho da candidata do PCdoB, Manuela D’Ávila, apresentada ao eleitorado como não-petista (embora oficialmente coligada com o PT).

A apresentadora da Globo News, Aline Midlej

O resultado é que o bombardeio midiático está lançando um tema sério e necessário no terreno da galhofa. Aceitos com credibilidade de extrema violência racial no País pelos movimentos norte-americanos mais radicais, os brasileiros têm produzido um balde de água fria em visitantes daquele país que vieram ao Brasil para presenciar e denunciar os “pogroms”, e o que viram foi um relacionamento amável entre as pessoas. O que restou foi o racismo estrutural, algo difícil de coibir, a menos que se contrate leitores de mentes para flagrar os culpados.

A maldade intrínseca dos brancos brasileiros fere mais que os cassetetes e bombas de gás da polícia americana, dizem. Pior de tudo é o olhar supremacista, que cala fundo, segundo denunciou na Retrospectiva de 2020 a apresentadora da Globonews Aline Midlej, que se sente discriminada e agredida pelos olhares dos racistas. Pode ser, mas é provável que ela seja escrutinada não pela cor de sua pele e sim por sua beleza estonteante pelos homens heterossexuais, pela inveja dos homossexuais passivos e pelo despeito de outras mulheres. Se assim for, banir o olhar dos brancos, poderiam convocar o senador Paulo Paim (PT-RS), autor do Estatuto da Igualdade Racial, para incluir na sua Lei 12.288/10 um inciso obrigando os brancos a usar óculos escuros, para disfarçar o olhar preconceituoso e restaurar a paz na mestiçagem.

Neste caso, o Brasil é tão surpreendente e diverso, que chama atenção a entrevista do escritor alemão Gerald Posner, que esteve no País entrevistando filhos de nazistas que se refugiaram aqui, autor dos livros “Os Filhos de Hitler” e de “Anjo da Morte”, sobre o médico Josef Mengele. Ele revela que o eugenista que viveu de 1945 até morrer em 1979, escondido num subúrbio de São Paulo (e não Paraguai, como se dizia), sofrendo terrivelmente porque não suportava o multiculturalismo brasileiro. Que surpresa! Certamente será condenado pelo identitarismo porque não há maior desmentido às teses em vigor do que a chancela do mais famoso supremacista racista do planeta. Como no rock “Como Vovô Dizia”, cantava Raul Seixas, quem não tem racismo usa óculos escuros.

Gol contra no STF

Ministro Luiz Fux, presidente do STF

Ministro do STF faz gol contra. Outro avesso à quarta potência é a gafe do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, que, num ataque de populismo primário, puniu um funcionário do STF que pediu aos fabricantes de vacinas contra o coronavírus para imunizar os funcionários da Casa.

Dentre os protocolos da vacinação em massa, desde os anos 1950, quando o Brasil entrou de sola na defesa sanitária, que os órgãos de saúde pública mandam forças-tarefas a lugares de grandes concentrações de pessoas para vacinação nos próprios locais. Escolas, fábricas, repartições púbicas, clubes, onde haja alguma estrutura ambulatorial, os governos estaduais ou municipais mandam as doses e as equipes médicas nestes lugares fazer o serviço. Este repórter, certa vez, estando numa grande indústria como visitante, mesmo assim foi vacinado contra a gripe, por uma equipe da Secretaria da Saúde do município de Triunfo, no Rio Grande do Sul. Todo o efetivo da fábrica, mais de 3.000 pessoas, foi vacinado, a começar pelo presidente e seus diretores (incluindo visitantes, ninguém escapou), como a provar aos operários que ninguém corria mais perigo que outros. E assim foi, nada de opção de sim ou não, todo o mundo na agulha. É assim.

Mas Fux achou que podia fazer bonito dando uma sacada populista e, com elogios da mídia, mandou demitir o funcionário que produziu o pedido aos produtores, a Fundação Oswaldo Cruz. Que rata! O pedido do remédio foi processado pelo médico Marco Polo Freitas, há 14 anos chefe dos Serviços Integrados de Saúde do STF, funcionário concursado, estável no serviço público. Aprovado e assinado pelo diretor-geral do STF, Eduardo Veras. Será que o ministro, pessoa de notável saber em leis, não atentou que o doutor somente é demissível por ato de Deus Nosso Senhor, quando o mandar para o Purgatório? Não conhecia a legislação? Impossível. Tão mal que nem bem a notícia circulou denunciando como se fosse um disparate, as e os comentaristas saíram a desancar os funcionários do STF. Isto é fake news em praça pública. Como dizia o compositor Rubem Santos, parceiro de Lupicínio Rodrigues: botou sua ignorância na varanda.

Bem que vem para o mal

Mais um avesso, o assassinato da juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, morta a facadas na frente das filhas pelo ex-marido, engenheiro Paulo José Arronenzi, na Barra da Tijuca, bairro chique do Rio, mostra como a brutalidade não é peculiar aos pobres e ignorantes. Ricos e cultos são capazes das piores selvagerias, quando tomados por um furor vingativo. As mulheres pagam o pato.

Juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, assassinada pelo ex-marido no Rio de Janeiro

Os especialistas estão estudando a fundo os motivos do crescimento dos feminicídios no Brasil. Como se sabe, a Lei 13.984, também chamada de Maria da Penha, deveria proteger as mulheres da violência masculina, mas o delito aumenta dia a dia. Pior, ainda: os assassinatos de mulheres por seus ex-cônjuges estão se tornando rotina, dizem as feministas que acompanham horrorizadas a escalada do machismo, quando deveria ser momento de fortalecimento do feminismo. Em vez de conter, parece que a lei insufla, dizem estes observadores. Estão dizendo que de nada vale uma lei, que é um instrumento do racionalismo, da civilização, quando o criminoso é irracional, impulsionado por instintos primitivos como o ciúme e o ódio. Coisa do lado sombrio da humanidade.

Uma avaliação superficial indica que 67% dos crimes de feminicídio, cometidos por ex-maridos (ou companheiros, como se diz), têm filhos no meio. Embora haja legislações para proteger as crianças das brigas dos pais que vão a tal extremo, o que é pouco, na verdade, a proteção legal nunca chega a tempo. Nesses casos, a mãe termina num caixão de defunta. E a mídia abre um bocão. Origem do problema: no caso de feminicídio, ou seja, quando a mulher é a vítima, a causa mais comum é o desequilíbrio machista. Na quase totalidade, inicia-se num “affair”, nome comum para uma palavra hoje banida pelo politicamente correto: traição.

São muitos desproporcionais as reações da mulher quando o homem é infiel do que quando a mulher pula a cerca. Veja a diferença entre um e outro no linguajar. A fêmea ainda é vitima da prepotência do macho, como no reino animal. O pássaro Joao de Barro mata a passarinha pérfida emparedada, selando a entrada da casinha. O homem esfaqueia a mulher. A arma branca é a preferida para essas vinganças, dizem as estatísticas. Jogo duro.

Na verdade, o buraco é mais embaixo. O feminicídio não é um crime racional, como o homicídio convencional. É um ato de crueldade implícita, como o emparedamento do João de Barro, vem do fundo da alma. Quando ocorre na frente dos filhos é para envolver os causadores, o leitmotiv, aprofundar a chaga. Isto é o que dizem os psicólogos, mas o tema não vem à baila, pois está sendo tratado na esfera política dentro de um projeto de empoderamento, como é a palavra da moda, das mulheres. O custo é alto, mas deve estar valendo a pena, pois crescem as execuções e nada acontece para deter a escalada. Já está comprovado que lei penal não basta; dispositivos administrativos, como as medidas protetivas, tampouco, que o conflito conjugal chega a tais extremos.

Uma solução seria acabar com o relacionamento amoroso, pois o amor carnal, possessivo, é a causa inicial e, muitas vezes, final da tragédia. A proibição de filhos biológicos, reduzindo a procriação às inseminações artificiais, poderiam diminuir em muito, pois tais violências ficariam limitadas aos ciúmes masculinos. E também, com o uso de tecnologia, evitar doenças hereditárias, taras e outros defeitos genéticos paternos, até que a inteligência artificial consiga uma gestação sem corpo humano, como está previsto na ficção científica. Até lá vai rolar cada vez mais porrada, cada vez mais, pois é inerente ao empoderamento das mulheres o contraponto do machismo cada vez mais agressivo.

A solução, se não for uma volta ao romantismo, de homens embevecidos por suas Dulcinéas e mulheres apaixonadas, é o avançar do confronto. Mulheres cheias de razão e homens sem muitos direitos, perdendo bens, filhos e honra. Quietinhos. Na real: a lei pode baixar a cabeça de muito valentão, mas sempre haverá os que vão puxar da faca. Pode ter testes psicotécnicos para identificar agressores potenciais? Será necessário construir penitenciárias especiais o botar todos os chifrudos atrás das grades antes de cometerem seus desatinos?

Batendo na Geni

O senador Flávio Bolsonaro e o amigo Fabricio Queiroz

Pior de tudo fez uma instituição de jornalistas e observadores internacionais denominada Organized Crime and Corruption Reporting, com sua denúncia denominada como Project OCCRP. Eles deram o prêmio de Pessoa mais Corrupta do Ano (2020) para o presidente Jair Bolsonaro. É verdade que o capitão todos os dias dá um tabefe em alguém e abre a guarda para levar um sopapo de volta. E sai rindo da cena. Mas “ladrão” é demais. Nunca deu motivos concretos. Seu filho, senador Flávio Bolsonaro, tem aquela questão suspeita da rachadinha no Rio de Janeiro, o famoso Caso Queiroz, mas a simples menção de levar o caso adiante causa arrepio a toda à classe política brasileira. Segundo levantamentos da Policia Federal, haveria mais de 10 mil casos envolvendo desde vereadores de pequenas cidades a prefeitos, deputados estaduais, federais e senadores, todos mordendo nas verbas dos legislativos para conseguir vantagens.

Na eleição da pior pessoa do mundo, Bolsonaro chegou só um pouquinho à frente do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o segundo colocado, e do presidente da Turquia, Recep Erdogam, o terceiro. Entretanto nenhuma das culpas que se atribuem ao presidente brasileiro se inscrevem nos ataques e insultos de que é alvo por seus adversários e pela própria mídia brasileira, origem do prêmio.

Ele é acusado, no comunicado, de ser eleito após o escândalo da Lava Jato como candidato anticorrupção, ter-se cercado de figuras corruptas, o que não é verdade, pois nenhum de seus auxiliares caiu por ações dessa natureza. Pelo contrário, Ministério Público, Polícia Federal, Policia Estadual do Rio, oposições nacionais e desafetos internacionais (dentre os quais reis e presidentes estrangeiros) estão babando para pegar Bolsonaro no contrapé, sem êxito até o momento. Portanto, a bem da verdade dos fatos, fake news.

Outra: usou propaganda para promover seu programa populista. Bolsonaro tem o pior sistema de publicidade da História da Republica, está contido por todo tipo de vigilância sobre seus gastos publicitários e até agora não conseguiu apoio efetivo de nenhum órgão relevante da mídia. Outra vez, fake news. Ainda: minou o sistema de justiça. Bobagem: ele está cercado por ministros do Supremo, do STJ e até da primeira instância no cangote dele. A Justiça é uma pedra no sapato. Fake news. Por fim: travou uma guerra destrutiva contra a região da Amazônia que enriqueceu alguns dos piores proprietários de terras do país. Absurdo. Podem até acusar Bolsonaro de mandar botar fogo na mata, mas dar terras e privilégios a fazendeiros é uma invenção sem a menor base em noticiário ou mesmo nas calúnias de adversários impiedosos. Fake news. Como Bolsonaro respondeu acusando a TV Globo de ter engendrado o “prêmio”, nova briga com a mídia está começando.

A ex-presidente Dilma Rousseff

Bolsonaro inventar uma questão chocante e, logo em seguida, ver-se apertado pelo que ele mesmo criou é a normalidade. O mais recente é o caso da radiografia do maxilar da ex-presidente Dilma Rousseff. Confrontado com uma versão fantasiosa de que os torturadores teriam quebrado o queixo da ex-presidente quanto ela esteve no pau-de-arara no começo dos anos 1970, ele resolveu fazer gracinha e pediu uma radiografia da lesão.

Pronto foi o que bastou, pois é piada de humor negro, virou uma defesa da tortura, e lançada ao mundo como uma confissão de crueldade. Ele fez sua piada de mau-gosto para diminuir sua antecessora, mas no final ele trouxe Dilma de volta à cena na posição de vítima, o que só fortalece a oposição e dá razão a seus críticos. Não tem jeito. Joga bosta na Geni.

 

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