Museus da cidade se adaptam para receber visitantes

A área do Complexo Cultural da República, na Esplanada,, será palco de diversas atrações / Foto: Paulo Henrique Carvalho/Agência Brasília

LÚCIO FLÁVIO, DA AGÊNCIA BRASÍLIA I EDIÇÃO: CAROLINA JARDON

Santuário da história e memória de um povo ou nação, recanto de exposições artísticas de vanguarda ou clássicas, os museus de Brasília, fechados desde março deste ano (devido à pandemia do novo coronavírus), voltam a abrir após decreto do governador Ibaneis Rocha publicado na última quinta-feira (18).

No texto, o chefe do executivo local decreta que os espaços só podem funcionar das 9h às 17h, proibindo qualquer tipo de evento nas dependências que provoque aglomerações.

O secretário de Cultura, Bartolomeu Rodrigues, antecipa que os museus públicos da cidade estarão funcionando a partir da próxima semana, obedecendo os rígidos protocolos exigidos pelo Conselho Internacional de Museus (Internacional Councils of Musems, Icom, no original).

Criado em 1946, o Icom é uma organização não -governamental internacional, sem fins lucrativos, que se dedica a elaborar políticas internacionais para os museus do mundo todo.

“É importante se adaptar ao que determina o protocolo mundial”, adianta Bartô, como é conhecido o secretário. “Vimos a decisão do governador coerente dentro do que ele vem fazendo, oferecendo para a população, que está tanto tempo em confinamento, uma alternativa saudável de lazer, que não ofereça risco”, defende.

Os principais museus da cidade que estão sob a administração da Secec são: Memorial dos Povos Indígenas, Museu Nacional, Museu Vivo da Memória Candanga, Centro Cultural dos Três Poderes -, que abriga o Museu Histórico de Brasília (Museu da Cidade), Espaço Lúcio Costa e o Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, do qual faz parte a Pira da Pátria e da Liberdade -, Museu do Catetinho e Museu de Arte de Brasília, em ampla reforma.

Diretor do Museu da República, Charles Cosac conta que o espaço está se preparando para abrir dentro dos protocolos. Uma da regra que será adotada, dentre tantas, é o limite máximo de pessoas dentro do espaço, ou seja, uma pessoa para cada 9 metros quadrados.

O gestor explica ainda que, em respeito aos artistas e expositores que estavam com trabalhos expostos no local e interrompidos dentro do prazo, vão continuar por mais um mês. Depois, parte do acervo da instituição será disponibilizado ao público. Um deles, a exposição de uma coletânea de quadros chamada Os Sertões

Reencontro

Um dos mais tradicionais museus da cidade projetado pelo mestre da arquitetura Oscar Niemeyer e inaugurado em 1981, o Memorial JK, dirigido pela neta do ex-presidente Juscelino Kubistchek, Anna Cristina Kubistchek, é um dos poucos espaços do gênero, talvez o único, aberto na cidade até o momento. O horário de funcionamento no local é das 9h às 17h, como determina o decreto, funcionando de terça-feira a domingo.

Cumprindo as normas preventivas da Organização Mundial da Saúde, o lugar segue uma série de regras, como o uso obrigatório de máscaras para visitantes e funcionários, teste de temperatura e distanciamento social entre os turistas. Pessoas que fazem parte do grupo de risco são orientadas a ficar em casa.

“Reabrimos nosso espaço com todos os cuidados sanitários necessários, obedecendo, com rigor, todas as medidas recomendadas pelo Governo do Distrito Federal”, comenta Anna Cristina.

“Após 100 dias de fechamento, a reabertura do Memorial JK e de outras instituições históricas guardiãs da memória da cidade é muito importante, especialmente, pela preservação do magnífico acervo que poderá ser apreciado pelo público”, avalia.

Turista de Belém (PA), Dorilene Pinheiro, 45 anos, já visitou o Memorial JK três vezes. A última foi em novembro do ano passado. Ela gosta do ambiente, da história da nossa capital e, segundo ela, o local é um marco na história do país.

“Estava sentindo falta de visitar espaços como os museus, é um lugar que nos transmite muito conhecimento, o que é importante nesses tempos em que a cultura anda tão esquecida”, lamenta. “E tem mais, além de um lugar agradável, cheio de charme, tem acessibilidade para pessoas com deficiências como eu”, elogia.

Já o cearense Jefferson Brandão, 41 anos, pisa pela primeira vez em Brasília. Veio visitar a capital com outros cinco amigos. Acho a cidade limpa, organizada e dona de arquitetura incrível. Ao visitar o Memorial JK, passou por todas as medidas de segurança orientadas pela OMS, entre elas medição de temperatura e visitação dos espaços mantendo distanciamento social. “Muito interessante esse museu, estou fascinado, a história de Brasília está tudo aqui e a importância desse homem (JK), para a cidade. Espero me surpreender mais com esse passeio cultural”, diz.

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