Contratei um Programador Vietnamita. E daí? (Emprego X Trabalho)

Isso foi em 2013! 7 Anos atrás!
Eu estava precisando desenvolver um site com algumas características especiais e estava sem uma equipe própria.

Um amigo me sugeriu:
Porque você não contrata um programador free-lancer?
Como assim? Perguntei.
Existem vários! Existem vários sites para a contratação de profissionais free-lancers e dentre esses vários programadores.

Resolvi me arriscar e o resultado foi o seguinte:

Negociei com o fulano do outro lado do mundo;
Especifiquei o que eu precisava e peguei cotação de preços de 3 programadores, um do vietnam, um do canadá e um coreano;
Vi o que cada um já tinha feito e comparei os preços;
Contratei o que mais me agradou e inspirou confiança;
O trabalho foi executado e a tarefa entregue dentro do preço e prazo combinado;
Paguei com o cartão de credito.
Hoje em dia isso está bem mais comum, mas o que estou relatando aqui tem uma finalidade. O que aprendi com isso?
Aprendi que um trabalho tem um valor e, se entregue dentro do prazo e do orçamento,

EXCELENTE!

Não sei se o programador era programador ou programadora. O nome era meio xing-li e não pude identificar o gênero;
Não sei se era alto ou baixo, Gordo ou magro, bonito ou feio. Branco, amarelo, preto, vermelho ou sei lá de que cor;
Não sei se tinha alguma deficiência. Visual? Auditiva? Cadeirante? Não sei!
Casado ou solteiro? Com ou sem filhos? Novo ou velho? Não sei!
Ele estava em casa, num escritório, num shopping ou na praia? Não sei!
Trabalhou de manhã, de tarde, a noite ou de madrugada? Não sei!
Ele pagou impostos? ISS? Imposto de Renda? Não sei!

Enfim, não sei nada sobre as características físicas, lógicas ou legais do programador. Só sei que o que eu precisava, foi feito! E bem feito!
Será que isso não pode servir de lição e inspiração? Com as facilidades geradas pela tecnologia, será que precisamos estar em algum lugar pré-definido para fazer um bom trabalho? Minhas características físicas ou o lugar onde estou ou o horário que usei fazem alguma diferença?

A Pandemia me trouxe essas lembranças sobre esse caso de 2013. Todas as facilidades já estavam aí presentes, mas os preconceitos e acomodação nos impediam de usar soluções perfeitamente disponíveis desde muitos anos atrás.

Telemedicina, TeleEducação, TeleTrabalho, TeleGoverno, ecommerce, TeleServiços, tudo já existia. E agora isso mostrou que é perfeitamente viável esse uso com excelente aproveitamento.

Vamos aproveitar e nunca mais voltar aos preconceitos? Vamos nos libertar das amarras de tempo e lugar? Vamos ajustar as leis?

Paulo Milet é consultor e empresário e EaD, Universidades corporativas e Gestão

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