Como sobreviver em meio à crise econômica

Muitos brasileiros buscaram os aplicativos de transporte para sobreviver. Com a alta do combustível, essa opção tornou-se inviável. A venda de bilhetes de loterias virou uma nova alternativa

O Brasil vive um dos piores momento da sua economia, fortemente afetada pela pandemia do coronavírus. Milhares de empresas – sobretudo as pequenas e médias – sofreram uma brutal queda no faturamento, resultando em fechamento e aumento da taxa de desemprego. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD contínua) do último mês de junho, dão conta de que cerca de 14,4 milhões de pessoas estão sem emprego, correspondendo a 14,7% da população economicamente ativa.

O Rio de Janeiro, que já enfrentava crises política, social e econômica antes mesmo da pandemia, foi um dos mais afetados. Essa mesma pesquisa do PNAD apontou que a taxa de desemprego no estado gira em torno de 19,4%. Esse número é 32% acima do índice nacional.

Diante de tamanha gravidade, muitos brasileiros foram obrigados buscar outros meios de obter renda, além do auxílio emergencial pago pelo governo federal. Inicialmente os aplicativos de transporte e de entrega foram as opções mais utilizadas. Apesar dos riscos, muitos usaram carros e motos como forma de gerar renda.

Com a alta no preço dos combustíveis, essa opção tornou-se inviável. Ao invés de gerar renda, os motoristas e motociclistas estavam perdendo dinheiro. Assim, começaram a surgir outras alternativas. No Rio de Janeiro, por exemplo, muitos cariocas buscam junto às lotéricas uma forma de garantir o pão de cada dia.

O interesse, no entanto, não se limita ao sonho de ser sorteado e ganhar o prêmio máximo. A intenção é incrementar a renda por meio da venda dos bilhetes de loteria.

A MCE, empresa responsável pela exploração do Rio de Prêmios, da Loterj, calcula que, somente no estado, mais de 13 mil pessoas comercializam os bilhetes lotéricos visando garantir um dinheiro extra no final do mês.

Cerca de 10% da renda total da venda de bilhetes físicos do Rio de Prêmios fica com os vendedores. O faturamento varia de acordo com a quantidade comercializada. Parece pouco, mas em média, por semana, são vendidos 450 mil cupons. Por mês, esse número chega a quase dois milhões.

O fotógrafo Erildo Andrade, da cidade de Engenheiro Paulo de Frontin, é um exemplo de profissional que conseguiu melhorar a renda doméstica vendendo os bilhetes de loterias. Para compensar a queda no faturamento, precisou se virar para conseguir bancar as despesas da casa e essa foi a opção mais viável que encontrou.

Assim, além aumentar a renda com a venda do Rio de Prêmios, ainda apostou na sorte. Deu certo. Mais de uma vez familiares foram premiados. “18 clientes ganharam comprando comigo”, comemorou. Somente a filha de Erildo foi contemplada três vezes, recebendo um total de R$ 8.500,00 em prêmios.

Nacionalmente os números são bem maiores que os 13 mil vendedores contabilizados no Rio de Janeiro. A MCE possui aproximadamente 42 empresas do segmento de jogos.

Para além da sorte, esse segmento vem ajudando a alimentar muitas famílias em todo Brasil.

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