Casos

Os fatos cotidianos transformados em casos e contos

Eu ouço casos para contar casos. Com algumas pinceladas que a licença poética me permite, contos casos engraçados ou não, com finais felizes ou não, mas como a vida; mutantes.

Este caso que aqui conto para você, querido leitor, eu ouvi na sala de espera em um consultório médico.

Aconteceu assim:

O tênis do Marcos.

Atividades física

Marcos, meu marido, é um empresário cauteloso com sua saúde e sua forma física. Ele corre todos os dias e esquece os tênis todos os dias. Todos os dias, vou até seu escritório e entrego os tênis para sua secretária. Já sugeri deixar alguns pares em sua escrivaninha, mas ele acha esta atitude antiética.

Tenho dormido pouco porque Mari, nosso bebê de dois meses, tem trocado o dia pela noite e João, de três anos, com ciúmes, tem trocado o banheiro pela cama. Marcos trabalha cedo e precisa de oito horas de sono.

Sou autônoma e sem licença maternidade, já voltei ao escritório de arquitetura. Marcos acha que o “olho do dono que engorda o boi”.

Pediatria

Hoje, dia de retorno da Mari ao pediatra, deixo João na creche, entrego os tênis do Marcos ao porteiro, mesmo sabendo que isto vai desagradá-lo. Não é ético.

Atravesso a cidade com calor e trânsito pesado, mas chego na hora exata da consulta.

A secretária diz: “Mariana Machado e Silva pode entrar!”. Caminho para o consultório quando ela me pergunta: “Cadê a Mariana?”.

Então me dou conta de que esqueci Mari em casa.

Exausta, chorei.

Fim.

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