O presidente Jair Bolsonaro desembarca nesta sexta-feira (24) na capital pernambucana para sua primeira vista oficial à Região Nordeste. Será um teste de fogo para Bolsonaro, que perdeu a eleição nos nove estados para o candidato Fernando Haddad (PT) e ainda ostenta uma rejeição de quase 40% na região, a pior avaliação no país.
Apesar da pauta positiva da viagem, os protestos contra a visita do presidente ganharam as ruas e as redes sociais. As hashtags #AquiNão e #NordesteCancelaBolsonaro já tomaram conta da internet e estão nos trendings topics da região.
Estão sendo organizados protestos nas duas cidades visitadas por Bolsonaro. No Recife o protesto será comandado pelos estudantes da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) em frente ao Instituto Ricardo Brennand, onde vai acontecer a reunião da Sudene.
Já em Petrolina, onde Bolsonaro deverá participar da entrega de casas do programa Minha Casa Minha Vida, os protestos começaram hoje. Manifestantes invadiram a Câmara Municipal para impedir a aprovação de um projeto concedendo a Jair Bolsonaro o título de cidadão petrolinense.
A pressão fez efeito e a proposta foi retirada de pauta. O líder do PT no Senado, Humberto Costa, que é pernambucano, comemorou o feito dos manifestantes nas redes sociais. “Bolsonaro dançou”, escreveu.
Para tentar reduzir a rejeição entre os nordestinos, Bolsonaro vai lançar o Plano Regional de Desenvolvimento do Nordeste (PRDNE), elaborado pela primeira vez no âmbito da Sudene e anunciar um acréscimo R$ 2,1 bilhões ao Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste, para ser usado em obras de infraestrutura.
O problema de Bolsonaro não está apenas nas ruas. É bom lembrar que oito, dos nove governadores nordestinos foram eleitos por partidos de oposição ao governo. Claro que nenhum vai destratar o presidente da República, mas há sempre uma desconforto nas conversas.
Além disso, por causa dos últimos acontecimentos, Bolsonaro também arrumou desafetos entre os parlamentares que compõem o Centrão, alguns com cargos de liderança como os deputados Wellington Roberto (PB), líder do PR; Arthur Lyra (AL), do PP e Aguinaldo Ribeiro (PB), da Maioria.