No país do “kit gay”

Neste começo de ano de 2019 o Brasil está mais conturbado do que parecia imaginável vinte, trinta ou quarenta anos atrás. Assistimos, perplexos, a frágil democracia da Terra de Flávia Schilling lutar pela sua vida na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Base em Brasília.

É bem notório de todos o corolários que estão passando os incautos brasileiros no dia-a-dia, e que tende a agravar-se.

Os líderes do Partido dos Trabalhadores (PT) aderiram ao consumismo das elites predatórias: caviar, casacos de pele, “Johnnie Walker Blue” e endereços no Lago Sul. O PT de Lula incorporou os dogmas da velha Arena. No outro lado do balcão ideológico: estão empoleirados os tucanos e seus aliados – que deveriam estar trancados em diversos hospitais psiquiátricos.

É triste ver o velho Brasil sem um projeto de esquerda.

O regime democrático tem por base a defesa da Constituição, dos direitos fundamentais e da sua ordem constitucional. Isso não vem ocorrendo no Arraial de Jair Bolsonaro.

O Congresso Nacional se parece mais com a Arca de Noé, o Planalto com a prefeitura de Sucupira e o judiciário com um balcão de negócios.

Multiplica-se a quantidade de ministros idiotas pela Esplanada em Brasília.

Os membros do judiciário são corruptos, incompetentes e arrogantes. É aí, justamente, que reside o aspecto mais nefasto da tragédia brasileira.

Os desdentados de Jair Bolsonaro idolatram os Estados Unidos, mas não incorporam a filosofia das instituições do Tio Sam. A sólida democracia americana foi erguida com muita luta e sangue. Mesmo tendo como presidente uma versão piorada de Bolsonaro, as instituições políticas dos Estados Unidos não estão se deteriorando.

A sociedade brasileira, acreditam observadores internacionais, caminha para uma ruptura institucional.

Hoje, Bolsonaro não está apenas na encruzilhada por onde passa a estabilidade política e social do país. Está também no centro na gravidade das liberdades públicas que foram ampliadas e criadas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Paga-se mal, com atraso e, às vezes, não se paga o trabalhador brasileiro. E pior, o atual governo quer eliminar os direitos trabalhistas.

O brasileiro é tratado a coices pelo atual governo, que vê nele apenas um otário de quem se deve arrancar dinheiro e amedrontar com histórias de “kit gay” e comunismo.

Esse negócio de dizer que amanhã será outro dia é bom para estribilho de samba-canção. No dia-a-dia, na realidade, não pega.

É hora de fazer história

Nos corredores de Washington (DC), analistas da América Latina creem que a única opção de libertar o ex-presidente Lula, que a única culpa é ter melhorado a vida de milhões de brasileiros, é pela força.

Gleisi Hoffmann

Pergunta-se então: quem vai liderar a “frente de libertação” do ex-presidente? O ex-candidato à presidência Fernando Haddad está ocupado com as viagens internacionais. A deputada federal e presidenta do PT, Gleise Hoffman (PR) está mais perdida que “cusco em procissão”. O candidato à Presidência da República pelo PDT age como se fosse um garoto de cinco anos dando birra, fazendo bico e calundu. Ciro Gomes está mais inclinado para o papel de garoto propaganda de Viagra do que companheiro do argentino Mário Eduardo Firmenich ou do uruguaio Raul Sendic.

Também é verdade que, em diversos momentos da história política, foram praticadas diversas atrocidades. Mas nunca se viu nem se imagina um judiciário e uma esquerda – leia-se PT – fora da realidade de uma sociedade democrática.

E é essa, apenas essa, a única saída para libertar Lula.

O povo de bem no Brasil, acreditam os analistas da América Latina, anseia pela liberação do ex-presidente e está preparado para apoiar a “frente de libertação” nas medidas radicais que precisam ser tomadas.

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