Após protocolar o requerimento de criação da CPI Lava Toga, o grande desafio do senador Alessandro Vieira (PPS-SE), autor da proposta, será fazer com que ela seja instalada. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), não esconde de ninguém que não tem o menor interesse em que ela saia do papel e chegou a afirmar que “a CPI não fará bem ao Brasil”.
Alessandro disse já ter falado com o presidente e espera que ele “cumpra o que determina o Regimento Interno do Senado”. Mas faz pressão lembrando o resultado das urnas na última eleição. “Ninguém está aqui para fazer o que já estava sendo feito. Os eleitores vão cobrar a fatura”, alertou.
Desde o último sábado, quando almoçou com Dias Toffoli na residência oficial do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, Davi Alcolumbre anda resistente à instalação da CPI. Mas os senadores que apoiam a Comissão já avisaram que estão dispostos a ir até as últimas consequências para garantir o funcionamento da CPI. Inclusive recorrer ao Supremo.
Desde a última quinta-feira, quando Toffoli determinou a abertura de um inquérito no STF para investigar fake news e ameaças aos ministros do Supremo, que a relação entre o judiciário e os senadores que apoiam a CPI azedou de vez. “A gente faz a leitura de que isso [o inquérito] sim é uma ameaça”, diz o senador Alessandro Vieira.
“Essa decisão não tem razoabilidade. É uma ofensa ao estado democrático de direito”, completa o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que apresentou à Mesa do Senado um requerimento pedindo informações ao STF sobre os motivos que levaram a abertura do inquérito.
Os senadores estão tão irritados com a atitude do presidente do Supremo que durante a coletiva citaram como exemplo de fatos a serem investigados pela CPI os processos contra o Banco Mercantil do Brasil, relatados pelo ministro Dias Toffoli, mesmo tendo contraído um empréstimo no valor de R$ 1,4 mi junto à instituição financeira. “Ninguém esta acusando o ministro de ter cometido um crime, a gente está pedindo o direito de apurar esse fato”, disse Alessandro.
A expectativa é de que os 29 senadores que assinaram a CPI mantenham o apoio até a meia-noite de hoje. Assim, será preciso apenas que os líderes indiquem os integrantes para que ela passe a funcionar.
A seguir a lista com os nomes dos senadores que assinaram a CPI Lava Toga:
- Alessandro Vieira
- Jorge Kajuru
- Selma Arruda
- Eduardo Girão
- Leila Barros
- Fabiano Contarato
- Rodrigo Cunha
- Marcos do Val
- Randolfe Rodrigues
- Plínio Valério
- Lasier Martins
- Styverson Valentim
- Alvaro Dias
- Reguffe
- Oriovisto Guimarães
- Cid Gomes
- Eliziane Gama
- Major Olímpio
- Izalci Lucas
- Carlos Viana
- Luiz Carlos Heinze
- Esperidião Amin
- Jorginho Mello
- Telmário Mota
- Soraya Thronicke
- Elmano Férrer
- Roberto Rocha
- Mara Gabrilli
- Flávio Arns