O problema Coronavírus – Dois aviões da Força Aérea vão à China buscar brasileiros na linha risco

Os ministros Fernando Azevedo, da Defesa, e Ernesto Araújo, das Relações Exteriores, anunciam as medidas para trazer brasileiros que moram em Wuhan - Foto Walter Campanato/Agência Brasil

O governo, após reuniões nos ministérios da Saúde e da Defesa no Palácio do Planalto, decidiu enviar à China dois aviões da Força Aérea para trazer de volta brasileiros que residem em Wuhan e temem ser contaminados em meio a epidemia que traz preocupação a todos os países. Nessa quarta-feira, as aeronaves decolam de Brasília, fazem escala em Fortaleza; Las Palmas, na Espanha; em Varsóvia, na Polônia e, por fim, na província chinesa de Hubei.

Na China, cientitas pesquisam como conter o Coronavírus – Foto Agência Xinhua

A previsão do Ministério das Relações Exteriores e da embaixada brasileira em Pequim é que o número de patrícios interessados em regressar ao país chegue a 40. Na volta, deverão ficar em regime de quarentena – por um período de 18 dias -, em isolamento na Base Aérea de Anápolis, entre Brasília e Goiânia. Para ser possível essa operação, foi necessário que a Câmara dos Deputados aprovasse em rito de urgência as medidas legais exigidas. O Palácio Planalto, por sua vez, decretou por meio de uma Portaria o regime de Emergência Sanitária Pública.

Em Wuhan, atendimento a infectados pelo Coronavírus

Já são contabilizadas em todo o mundo mais de 24 mil casos de pessoas contaminadas pelo Coronavírus e 492 mortes. São intensas as pesquisas para detectar a real causa do mal. Igualmente grandes são os esforços para impedir que a epidemia se alastre ainda mais. Porém, a cada dia surgem casos de pessoas infectadas, como ontem, na Bélgica. Governos de praticamente todos os países se apressam em fazer reuniões e cientistas de vários institutos de medicina se debruçam para conceber medicação que possa combater com eficácia a doença.

Na Itália, o primeiro-ministro Giuseppe Conte, reuniu o gabinete de governo para providências contra casos do vírus – Foto Filippo Attili
Na Baía de Yokohama, no Japão, o navio de turistas com oito passageiros infectados

O ONU designou comissão para deitar maior atenção sobre o problema. A OMS-Organização Mundial de Saúde, por sua vez, tranquiliza a população de todos os países. Diz que o tema Coronavírus é uma epidemia e não pandemia. Ou seja, crise de menores proporções porque os focos são limitados a determinadas regiões. Por precaução, o governo do Reino Unido projeta repatriar em torno de 30 mil britânicos que residem na China.

No Brasil, autoridades do Ministério da Saúde em permanente atenção ao Coronavírus

O Coronavírus gera prejuízos incalculáveis em todas as áreas da sociedade mundial. No comércio, na produção de alimentos e demais produtos. No fluxo de turismo. É grande a corrida de governos e empresas para que o problema não possa resultar também crise nas exportações e importações. Há previsões de que o mal não poderá se alastrar ainda mais e isto leva à má performance de inúmeros setores da indústria e do mercado financeiro.

Hospital construído em tempo recorde para atender a infectados pelo Coronavírus na China

E o problema não fica restrito a esses setores. Tem reflexo também de caráter ainda mais surpreendente, de preconceito. Há notícia de que na França, por exemplo, existem restaurantes que passaram a restringir o atendimento a clientes que tenham viajado à China.  No Brasil, supõe-se que há 13 casos de pessoas infectadas pelo vírus. Nessa quinta-feira, os secretários de saúde estaduais fazem reunião em Brasília para avaliar e apresentar seus planos de atendimento a eventuais vítimas.

O primeiro-ministro Li Keqiang desinfeta as mãos antes de entrar em laboratório no Centro Chinês de Controle e Prevenção de Doenças, em Pequim

A ciência não conseguiu ainda precisar com exatidão como evitar o nascimento do Coronavírus. Sabe-se, contudo, que provém da cidade chinesa de Wuhan, que tem população estimada de 11 milhões de habitantes. O vírus catalogado como 2019-nCoV tem origem nos animais, como morcegos e serpentes. Transferido para o organismo dos seres humanos, pode causar a morte. Os sintomas são febre, tosse e falta de ar. Não há vacina para combate-lo. Como precaução, recomenda-se que se evite o contato com animais, que se cozinhe bem os alimentos e se faça sempre a higiene das mãos.

Em Wuhan residem em torno de 40 brasileiros que manifestaram o desejo de retornar ao seu país, fugindo do epicentro do problema, da contaminação.

 

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