Joaquim Levy pede demissão do BNDES depois das críticas de Bolsonaro

Joaquim Levy, que agora deixa a presidência do BNDES, no dia de sua posse, em 8 de janeiro. Ao lado de Paulo Guedes, Jair Bolsonaro e Hamilton Mourão. - Foto Orlando Brito

Como era de se esperar, Joaquim Levy pediu demissão da presidência do BNDES-Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social, após as críticas feitas a ele por Jair Bolsonaro em função de manter na Diretoria de Mercado de Capitais da instituição estatal o economista Marcos Barbosa Pinto.

No sábado, ao deixar o Palácio Alvorada, o presidente Bolsonaro disse que estava “por aqui” com Levy. “Demite esse cara segunda-feira ou o demito sem passar pelo Paulo Guedes”, falou o presidente da República.

Já na manhã desse domingo tomou-se conhecimento da carta em que Joaquim Levy comunica ao ministro da Economia, Paulo Guedes, seu desligamento do cargo.

Bolsonaro na festa do Exército, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, na noite de sábado. Foto Alan Santos/PR

Assim, a semana que começa traz nova surpresa no cenário do poder após a demissão do general santos Cruz da Secretaria-Geral da Presidência da República. Dessa vez, a palavra do presidente Bolsonaro foi dita aos jornalistas na porta do Alvorada quando ele se dirigia à Base Aérea para tomar o avião rumo ao Rio Grande do Sul, onde foi participar, com o vice Hamilton Mourão, das homenagens ao patrono da Artilharia, Marechal Emílio Mallet.

Bolsonaro e Levy em cerimônia no Planalto – Foto Orlando Brito

Bolsonaro disse que não pretende ter gente suspeita ocupando cargos em seu governo, uma vez que Marcos Pinto trabalhou no governo Lula, nos tempos do PT no Planalto. Para relembrar, o próprio Levy também fez parte da equipe de Fernando Henrique Cardoso e foi ministro da Fazenda de Dilma Rousseff.

Perguntava-se que desfecho teria a declaração do presidente Jair Bolsonaro. Não demorou. Diante de algo tão inesperado e fora do comum, tanto Joaquim Levy quanto Marcos Pinto deixaram seus cargos.

Em sua carta, Levy agradece a Paulo Guedes “o convite para servir ao país e desejo sucesso nas reformas. Agradeço também, por oportuno, a lealdade, dedicação e determinação da minha diretoria”.

Há quem preveja que para substituir Joaquim Levy — economista respeitado no meio da Economia, com experiência internacional e com currículo robusto — o presidente Jair Bolsonaro escolherá um general.

Há também expectativas quanto ao comportamento do mercado financeiro,  a influência nas bolsas de valores, no valor do dólar etc, já que o BNDES é instituição importante no sistema econômico do país. E mais, como reagirá o ministro Paulo Guedes após a intervenção direta de Bolsonaro em sua área de atuação.

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