Bolsonaro responde a um jornalista – “Minha vontade é encher tua cara de porrada”

Jair Bolsonaro em frente à Catedral de Brasília - Repodução YouTube/UOL

O assunto Fabrício Queiroz parece realmente atormentar o senhor que preside a República. Nesse domingo, Jair Bolsonaro deu mais uma demonstração de que as relações de sua família com o cara que trabalhou como assessor de seu filho Flávio quando este era deputado estadual, no Rio, o incomoda.

Como sempre faz nos domingos, Jair Bolsonaro deixou o Palácio Alvorada para passear pela Capital. Antes de retornar para a residência oficial, sua comitiva fez rápida parada em frente à Catedral de Brasília. E foi lá que, cercado por seus seguranças, reagiu com essas palavras à pergunta feita por um repórter do jornal O Globo.

O jornalista indagou a Bolsonaro o que tem a dizer sobre depósitos feitos por Queiroz — que somam 89 mil reais — que teriam sido creditados na conta bancária de sua mulher, primeira-dama do Brasil, a senhora Michelle. E a resposta foi:

— Minha vontade é encher tua boca com porrada.

Fabrício Queiroz é aquele que está preso, junto com a mulher Márcia, acusado de gerenciar operações financeiras suspeitas do agora senador Flávio Bolsonaro, filho do senhor presidente da República.

A reação à destemperada resposta do presidente da República veio em cadeia. O próprio jornal O Globo publicou nota repudiando as palavras de Bolsonaro, na qual diz que o repórter exercia sua profissão de forma profissional, e o dever de um servidor público é informar à população sobre a lisura de seus atos. Não é, recorde-se, a primeira vez que Jair Bolsonaro procede de maneira torpe em relação à liberdade de imprensa. Meses atrás, no portão do Alvorada, “determinou” a outro jornalista que calasse a boca.

Nas redes sociais, as páginas do Twitter, Facebook, Instagram e YouTube proliferaram manifestações com críticas à postura de Jair Bolsonaro. Inúmeras postagens de protesto foram parar na Internet, assinadas por chargistas, comentaristas, artistas, políticos, empresários e populares. Entidades como a OAB-Ordem dos Advogados do Brasil; a ABI-Associação Brasileira de Imprensa; FENAJ-Federação Nacional dos Jornalistas; ABRAJI-Associação Brasileira dos Jornalistas Investigativos, entre outras, expressaram seu repúdio à atitude do presidente. Cobram reação idêntica do Legislativo e do Judiciário.

Também lideranças no Congresso comentaram a resposta de Jair Bolsonaro. Entre elas, o presidente da Câmara Federal, deputado Rodrigo Maia, ao dizer que a liberdade de impresna é um valor inegociável na democracia.

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