A primeira reunião ministerial de Bolsonaro e a última de Temer

Bolsonaro preside a primeira reunião ministerial de seu governo, que tomará posse em 1 de Janeiro. Foto Divulgação

A capital do Brasil viveu nessa quarta-feira uma situação que só acontece a cada quatro anos: duas reuniões ministeriais na mesma hora. A primeira, do presidente que deixa o governo daqui a alguns dias e a segunda do que assumi, em primeiro de janeiro próximo. Michel Temer convocou para o Palácio do Planalto o primeiro-escalão, que deixa o poder brevemente para um balanço de sua gestão. E Jair Bolsonaro reuniu-se os 22 ministros que iniciarão sua gestão como presidente da República.

Jair Bolsonaro, ao lado do ministro Onyx Lorenzzoni e dos generais Hamilton Mourão e Augusto Heleno, preside a primeira reunião ministerial de seu governo, que tomará posse janeiro. Foto Divulgação

Antes de embarcar, no Rio, o novo presidente publicou um post em sua página do Twitter informando que daria “metas iniciais” à sua equipe de ministros. Bolsonaro desembarcou bem cedo em Brasília e dirigiu-se diretamente para a Granja do Torto, onde está residindo com a futura primeira dama-dama Michelle, local da reunião. Está ultimando seu discurso de posse. Os serviços de Cerimonial, Segurança e Comunicação da Presidência da República estão trabalhando a mil para acertar os últimos detalhes da festa do dia primeiro de janeiro em Brasília e fazem previsão de que a Esplanada dos Ministérios e a Praça dos Três Poderes receberão em torno de 400 mil pessoas para o evento.

Distante da Granja do Torto 11 quilômetros, no Palácio do Planalto, o atual presidente Michel Temer também se reunia com seus ministros. Era a última com seu primeiro-escalão, desde que assumiu a cadeira presidencial, há dois anos e oito meses, com o impeachment de Dilma Rousseff. Falou pouco mais de de meia hora para fazer um breve balanço de seu período do País.

Para citar dois momentos difíceis que enfrentou, o presidente Temer lembrou a greve dos caminhoneiros e do episódio da gravação do empresário Joesley Barbosa, do Grupo JBF. Sobre esse assunto disse que houve uma trama contra ele, depois desvendada e que culminou com a prisão dos seus detratores. Lamentou a não aprovação de um dos seus principais projetos, a Reforma da Previdência. Ao fim, indagou sobre como foi a transição da pasta de cada um dos presentes para o futuro governo e desejou boa sorte para todos. Bem humorado, despediu-se ao dizer “estamos encerrando o governo, e atpe vou pedir para nos servir um café para demonstrar que ainda esta quente”.

Gilberto Kassab, o penúltimo à direita, entre os ministros na última reunião do governo Temer.

Uma cena chamou atenção: a presença do ministro Gilberto Kassab, da Ciência e Tecnologia. Ao mesmo tempo que participava da reunião, agentes da Polícia Federal— por ordem da Procuradoria-Geral da República — cumpriam em sua residência em São Paulo, ação de busca e apreensão por ser suspeito de ter recebido propinas em negócios ilegais que somam mais de 50 milhões de reais. Também fazem parte da mesma o operação o governador Robson Faria, do Rio Grande do Norte, e seu filho Fábio, deputado federal.

Gilberto Kassab foi prefeito de São Paulo, deputado federal, ministro das Cidades — quando Dilma Rousseff era presidente da República — e, agora no governo Temer. Convidado por João Dória para a ocupar a Chefia da Casa Civil do Governado do Estado de São Paulo, não se sabe ainda se terá confirmada sua posse em primeiro de janeiro próximo. Kassab divulgou nota na qual diz que “confia na Justiça brasileira, no Ministério Público e na imprensa”.

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