12 junho de 2016 – Há um mês Dilma deixava o Planalto e Temer assumia a Presidência

Palácio Alvorada, residência da presidente afastada Dilma Rousseff, e os turistas no fim-de-semana. Foto Orlando Brito

A data 12 de maio de 2016 mudou não somente os desígnios do povo brasileiro. Mas também o destino da senhora Dilma Rousseff e do senhor Michel Temer. Foi o dia em que o Senado Federal, depois da Câmara dos Deputados, aprovou a adoção do processo de impeachment contra Dilma. Em consequência, o seu afastamento do Palácio do Planalto e a chegada de um novo governo, o do vice Michel.

Para muitos, parece que foi ontem. Para outros, parece que faz meses. O certo é que de lá para cá muita coisa aconteceu. Principalmente, a sequência e consequência de processos da Procuradoria-Geral da República e operações do Polícia Federal que investigam o envolvimento de grandes nomes da República em atos de corrupção.

Dilma Roussef foi morar no Palácio Alvorada, enquanto aguarda a sessão no Congresso que poderá cassar ou não seu mandato definitivamente. A acompanhá-la uma equipe de assessores destinada a atendê-la em suas atividades de presidente afastada, depois reduzida por decisão do Gabinete Civil da Presidência da República. Também foram restringidas as condições que ela dispunha para viajar pelo país, por exemplo a limitação de aviões para seus deslocamentos. Em sua saída do Planalto, Dilma recebeu a solidariedade de inúmeras entidades sindicais e militantes do Partido dos Trabalhadores, principalmente do ex-presidente Lula.

Michel Temer assumiu e nomeou novos ministros. Logo na primeira semana, viveu a demissão de dois deles, Romero Jucá e Fabiano Silveira, do Planejamento e da Transparência, que tiveram suas vozes gravadas pelo ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado. Isto resultou na acusação de que ambos articulavam a obstrução do desenrolar da Operação Lava Jato. O presidente interino foi pessoalmente ao Congresso levar seu plano de ajuste fiscal para 2016. Viu o Legislativo aprovar a DRU – Desvinculação das Receitas da União, projeto que permite o remanejamento de verbas para o funcionamento da gestão da economia.  Enfrentou outras crises, a exemplo da polêmica substituição direção da EBC, empresa que cuida da chamada Comunicação de Estado e de governo. E, também, críticas sobre a extinção e criação de cargos públicos. Michel participou de audiências e encontros com vários setores e classes: políticos, representantes das mulheres, sindicalistas, empresários, militares e, enfim, outras áreas da sociedade.

Na última sexta-feira, dia 10, houve eventos de adesão ao movimento “Fica Dilma, Fora Temer”, em quase todas as capitais do Brasil. E, mesmo antes, assim que passou à condição de presidente afastada, a senhora Rousseff recebeu a manifestação de fãs onde quer que fosse. Nesse domingo, porém, passados 30 dias de sua saída da Presidência, não se viu em frente ao Palácio Alvorada sequer um militante. Somente alguns turistas de fim-se-semana que foram curtir a beleza da ensolarada capital do Brasil.

 

Deixe seu comentário