Governo anuncia plano para acabar com correção real dos gastos públicos

Temer ao lado de Meirelles e Dyogo e líderes de partidários. Foto Orlando Brito

O presidente da República, Michel Temer, anunciou medidas que podem recuperar a capacidade de gestão dos recursos públicos eliminando a correção real sobre as principais despesas do governo.

O Projeto de Emenda à Constituição que estabelece a correção nominal da inflação do ano anterior como limite para os gastos primários deve alterar os atuais critérios de reajuste dos salários dos servidores públicos e a correção dos benefícios da Previdência Social, que juntas são despesas de mais de R$ 761 bilhões.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que as despesas de saúde e educação serão vinculadas a critério de crescimento zero. Meirelles também estima que, nos próximos três anos, o PIB deve cair entre 1,5% a 2%.

Michel Temer disse que a partir de agora, na mesma lógica de controle de gastos, os subsídios concedidos aos diversos programas dos ministérios não terão correção nominal.

Temer anunciou decisão de aprovar no Congresso o fim das obrigações da Petrobras de investir no pré-sal. A Petrobras só irá investir onde lhe interessar e com isso facilita os investimentos das grandes petroleiras estrangeiras no país.

A decisão de cobrar do BNDES de imediato R$ 100 bilhões de um repasse feito pelo Tesouro Nacional a esta instituição financeira de R$ 500 bilhões deverá contribuir para estabilizar o crescimento da dívida pública. O BNDES faria o pagamento imediato de R$ 40 bilhões e outras duas parcelas de R$ 30 bilhões ainda neste ano. O dinheiro será usado para resgatar títulos da dívida pública do Tesouro Nacional. É, na prática, uma operação contábil, mas que significa uma redução de R$ 7 bilhões ao ano, devido à diferença entre os custos de captação e empréstimos concedidos pelo BNDES.

O governo vai extinguir um fundo soberano, o que permite o Tesouro Nacional recuperar receitas de R$ 2 bilhões, que também pode ser usado para redução de dívida.

Temer entre Henrique Meirelles e Dyogo de Oliveira. Orlando Brito
Temer entre Henrique Meirelles e Dyogo de Oliveira. Orlando Brito
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