Muita pressa no desmonte do governo

Todo governo que entra tem o direito, e até o dever, de fazer nomeações e substituir funcionários. É do jogo. Mas quando até o Catalão, o garçom boa praça que servia café no terceiro andar do Planalto, é demitido sumariamente por ter fama de petista, há algo errado.

A pressa com que o governo Temer e seus aliados vêm promovendo o desmonte da máquina petista pode acabar resultando num grande e paralisante nó na gestão dos diversos órgãos e estatais. Há funcionários competentes que trabalharam nos governos do PT, têm a memória do que foi feito e poderiam ser importantes para os que chegam. No mínimo, deveriam ser avaliados por seus novos chefes antes de ir para a rua.

Sob o discurso do “desaparelhamento” dos governos petistas, instalou-se um desnecessário clima de caça às bruxas na Esplanada. O lema, por lá, parece ser: primeiro demite, depois conversa.

Curiosamente, esse tipo de atitude nada tem a ver com a natureza cordata é cautelosa do presidente interino. Temer, um conciliador, não é conhecido por passar o trator em cima de quem quer que seja. Só que ele é que vai sofrer as consequências de jogar fora as crianças junto com a água do banho.

Sem falar que boa parte dos demitidos é ligada a movimentos sociais que podem fazer muito barulho.

 

 

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