A mão pesada da Lava Jato está de volta

Juiz Sérgio Moro. Foto Orlando Brito

A máquina de moer da Lava Jato, que deu uma trégua para votação do impeachment na Câmara, volta a funcionar com força nos próximos dias. Seus estrategistas estão preocupados em mostrar que não haverá operação abafa com a eventual mudança de governo e, por isso, querem mostrar serviço. Estão mandando diversos avisos aos navegantes.

O navegante Temer, por exemplo, teve seu recado no vazamento da proposta de delação do dono da Engevix, Antunes Sobrinho, que promete contar ter repassado R$ 1 milhão a um conhecido de Temer para entrar em obras da Eletronuclear. Foi o suficiente para fazer ressurgirem na imprensa outras menções feitas ao vice na Lava Jato – nenhuma delas muito consistente ou conclusiva, mas uma forma de alertá-lo de que estão de olho nele.

Além dos avisos aos navegantes, a expectativa de advogados e políticos é de que haverá nova operação esta semana. Ninguém sabe onde, mas Ministério Público e Polícia Federal querem mostrar que estão em ação. É bom lembrar que na sexta-feira o ministro Teori Zavascki mandou de volta para Sergio Moro as investigações das fases Xepa e Acarajé, que tiveram como alvo o marqueteiro João Santana e sua mulher Mônica, que está negociando delação premiada.

No âmbito da PGR e do STF ficou, porém, a investigação da polêmica planilha com os nomes de quase 300 políticos encontrada na casa de um executivo da Odebrecht na Operação Xepa. É uma investigação explosiva.

Por fim, resta à PGR decidir se pede ou não ao STF a abertura de investigação sobre Lula e Dilma por desvio de finalidade na nomeação do ex- presidente para a Casa Civil, juntando a isso a delação de Delcidio Amaral. Esse inquérito não produziria qualquer efeito prático imediato, mas do ponto de vista simbólico seria péssimo para uma presidente que luta contra um quase inevitável afastamento no Senado.

Deixe seu comentário