Centro não consegue inventar candidato para fazer frente a Lula e Bolsonaro

O ex e o atual presidente da República. Lula e Bolsonaro, por enquanto, largam praticamente sozinhos à corrida sucessória de 2022

Potencial de voto não é voto, mas pode vir a ser. Na análise de especialistas em pesquisas, o levantamento do IPEC, o sucessor do Ibope Inteligência, divulgado ontem , traz boas notícias sobretudo para o ex-presidente Lula, que lidera com 50% o ranking dos que votariam nele com certeza (34%) e dos que poderiam votar (16%). Depois de tudo o que ele passou nos últimos tempos, contando 580 dias de cadeia, mostra fôlego para chegar a um segundo turno. É de se notar a diferença que Lula tira de Bolsonaro na comparação entre os que dizem que com certeza votariam nele: 34% x 25%.

Mas, aos olhos dos analistas de pesquisa, Bolsonaro se saiu também melhor do que o esperado ao exibir uma rejeição de 56% –  número dos que dizem que não votariam nele de jeito nenhum (Lula tem 44%). Esse total mostraria resiliência, num quadro de mortes, colapso de UTIs, desemprego, economia que não anda. Continua tendo potencial para ser o candidato de direita no segundo turno das eleições de 2022.

Por outro lado, o levantamento trouxe ainda alguma esperança para os simpatizantes de Sergio Moro. Apesar do processo de desmoralização galopante da Lava Jato, 31% ou votariam com certeza nele (13%) ou poderiam votar (18%). Mas o ex-juiz tem rejeição alta: 50% não votariam nele de jeito nenhum. Caso parecido com o do apresentador Luciano Huck, que consegue ter 28% de eleitores potenciais mas é rejeitado por 57%.

Reforçando as dificuldades do campo de centro direita, João Doria tem rejeição de 57% que não votariam nele de jeito nenhum, contra apenas 15% que votariam com certeza (4%) ou poderiam votar (11%).

À esquerda, depois de Lula Fernando Haddad é o nome com melhor potencial de voto, 27% (12% votariam com certeza e 15% poderiam votar). Ciro Gomes vem atrás de Haddad, com 25% (8% com certeza e 17% que poderiam votar) e rejeição semelhante (53% contra 52%).

O resumo da ópera é que o centro não conseguiu até agora inventar um candidato com força para fazer frente a Lula e a Bolsonaro, o que parece cada vez mais difícil de agora em diante.

 

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