Se não estivessem armados, o arroubo dos militares seria só um melindre
Integrantes das Forças Armadas não foram arrastados à política, buscaram-na como um soldado procura a guerra. Ocuparam repartições onde a corrupção grassa faz tempo. Flagrados em atitudes suspeitas, os fardados de fatiota querem agora ser tratados com condescendência
Bolsonaro um dia passará. Os bolsonaristas ficam
Como o Flautista Mágico, Bolsonaro agrupou e trouxe às ruas criaturas que já existiam. Quando apear do poder, ao contrário do músico, não levará consigo a multidão, que permanecerá radicalizada enquanto o poder estiver nas mãos de um extremo político
O Exército carrega um pouco mais as nuvens da tormenta à vista
Em 1922, os 18 do Forte fomentaram a instabilidade institucional e o fim de uma era. Em 2022, no bicentenário da independência, a indisciplina militar aliada à radicalização entre extremos pode originar novo episódio de desordem institucional
Dois carros de F1 sozinhos na largada e com tanques cheios de combustível
O eleitor brasiliano gosta de novidades, mas também de extremos. Sem o moderado desconhecido, esta última tendência sobressai. Com milhões de fiéis cada um, Lula e Bolsonaro largam na frente à sucessão de 2022. No horizonte, ruas conflagradas e redes antissociais indóceis
Na CPI da Covid, profissionais e amadores dividem a ribalta
Os primeiros embates na CPI da Covid mostram bolsonaristas empregando a mesma tática de guerrilha virtual, como se ela ainda tivesse o mesmo potencial destrutivo da campanha eleitoral, e senadores desperdiçando munição numa jornada que deve durar 180 dias. Nesta toada, o palco pode virar cadafalso
O maniqueísmo ideológico dos inimigos da Lava-Jato
É humana a tendência de encarar nossas paixões com fervoroso maniqueísmo. Ou é bom, pleno de virtudes; ou é mal, infesto de defeitos. Este dualismo (ir)refletido, ao lado de inconfidências vazadas e interesses políticos difusos, esvanece o combate à corrupção.
Em 2022, Bolsonaro pode retribuir o PT pela vitória de 2018
No improvável 2018, Jair Bolsonaro venceu o jogo com o apoio indispensável do PT. Em 2022, como numa prorrogação, o PT pode virar a partida, desta vez com a contribuição insubstituível de Bolsonaro. Por enquanto, o jogo está empatado
Para vencer, Ciro Gomes precisará de uma inflexão. Como Lula em 2002
O famoso bordão "Lulinha paz e amor" não foi suficiente para, sozinho, definir o resultado da eleição presidencial de 2002. Se Lula repetisse os erros, o resultado provavelmente seria o mesmo das tentativas anteriores
Por que Lula pode vencer o pleito de 2022
Caso a Corte Máxima brasiliana não dê outra guinada de 180º, o Brasil caminha para uma sucessão radicalmente polarizada em 2022. Bolsonaro tem, ao seu lado, o cofre da União, o antipetismo e aliados de ocasião. Lula, experiência única, o antibolsonarismo e o tino político mais aguçado