Causos & causídicos: o habeas-corpus tupiniquim

Já ouviu falar na "doutrina brasileira do habeas-corpus"? Quem conta esta história é o articulista Thales Coelho na estreia de Causos & Causídicos

A estátua da Justiça, de Aldredo Cescchiatti - Foto Orlando Brito

Pedro Lessa, nascido no Vale do Jequitinhonha, precisamente no município vizinho à Diamantina, conhecido no Império como “Vila Real do Príncipe do Serro do Mato Frio” (donde saiu – e sai, até hoje – o “queijo do Serro”, o melhor do mundo), foi quem, no STF, deu guarida à famosa “doutrina brasileira do habeas-corpus”, difundida por Ruy Barbosa.

Segundo esta teoria, o habeas-corpus poderia ser manejado como remédio judicial para a garantia de direitos outros, ameaçados pelo Estado e não contemplados no conceito de “liberdade de ir e vir”.

Em outras palavras, Lessa inaugurou o uso do “mandado de segurança”, que só viria a ser inserido na Constituição brasileira a partir da Reforma Constitucional de 1926. O Serro deu ao Brasil outro grande nome: Teófilo Ottoni. Mas isto é história para outro causo…

Ah! Ali nasceu, também, o Deputado Federal Raul Bernardo Nelson de Senna, que veio a ser sogro do gaúcho Nelson Jobim…

Thales Chagas Machado Coelho é mestre em Direito Constitucional UFMG, professor de Pós-Graduação em Direito Eleitoral no Centro de Estudos em Direito e Negócios (CEDIN)

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