Jorge Henrique Cartaxo

Não é por acaso a mea-culpa do general Mourão e seus coronéis e policiais federais aboletados no Conselho Nacional da Amazônia, entumecido de omissão diante do avanço do desmatamento ilegal e do garimpo criminoso na maior floresta do planeta

As palavras e atitudes dantescas do presidente Bolsonaro diante do sofrimento e descaminhos do País que ele se queixa de presidir

O Plano Cruzado de Sarney, o Real de FHC e a graça tropical de Lula, cada um a seu tempo, nos trouxeram ilusões específicas. Mas não conseguiram conter a crescente e contínua degradação do Estado e da coisa pública no Brasil

Podíamos e devíamos ser diferentes!

A escalada do número de infectados e mortos pelo coronavírus, o alheiamento crescente dos brasileiros diante do caos que se nos avizinha, a normatização cotidiana da degradação dos atos públicos e da coisa pública constituem apenas os sinais mais recentes e evidentes de um País que adentrou em seu paroxismo

Dois dias depois da sua posse, Bolsonaro viu-se se diante das denúncias sobre as “rachadinhas” do Queiroz e o envolvimento de seu filho, o senador Flavio, em negócios nada republicanos. Talvez, por isso, o presidente tenha perdido os meios e os modos, partindo para uma crescente escalada autoritária

É notório que os militares desejam um novo ciclo de poder. Nesse contexto, as dimensões do novo Campus da Escola Superior de Guerra em Brasília inspira reflexões

Somente em 2018 quando o general Villas Bôas, então comandante do Exército, conhecido pelo seu equilíbrio e ponderação, advertiu o STF, passamos a notar a volta dos militares ao cenário político

Ainda há dúvidas sobre as bases que elegeram Bolsonaro, mas hoje o seu apoio no Exército parece claro como a sua grande e antiga mobilização nas polícias militares